
Faz 12 anos que atuo como jornalista em Roraima. Venho de uma boa escola, o Jornal O POVO, de Fortaleza, um dos mais prestigiados do Nordeste. Durante esse tempo, tenho me conduzido de forma a não contrariar as normas que regem a profissão. O trabalho árduo tem sido a minha rotina diária, sempre buscando exercer a profissão com a dignidade e altivez que ela merece. Sem me dobrar a quem quer que seja, sem baixar a cabeça por causa do salário ou do poder que está em torno da atividade jornalística sempre a pressionando.
Desses 12 anos, passei por vários veículos de comunicação locais (impressos, digitais, radiofônicos, televisivos, além de assessorias). Desse tempo, dez anos foram compartilhados paralelamente com o público por meio do blog Política com Pimenta, página de notícia e opinião que me orgulho de manter há uma década. Sei que muitas pessoas já desgostaram e ainda desgostam do conteúdo que escrevo, mas, sinceramente, eu não tenho intenção nenhuma de agradar a quem quer que seja com o blog. Faço-o porque tenho vontade de fazer. Simples assim.
O blog existe como um lugar onde eu deposito as informações que apuro ou que me chegam, minhas análises e opiniões sobre o mundo político que cubro a 15 anos, repito, 12 destes anos nesta terra macuxi a mim muito bem acolheu. O blog já me rendeu inimizades, ameaças e pelo menos um processo. Mesmo assim não abro mão dele. Tenho a consciência que o mantenho com dignidade e honestidade. O Política com Pimenta é uma espécie de cartão de visitas meu. Muita gente me conhece por causa dele.
Pois bem. Ontem publiquei uma nota, falando sobre a crítica que o secretário de Saúde, Alexandre Salomão, teria feito à comunicação do governo (a informação me foi repassada por um amigo jornalista que esteve presente na solenidade de inauguração do Hospital de Rorainópolis, sábado (29)). Hoje, a Assessoria de Comunicação da Sesau (Secretaria de Estado da Saúde) entrou em contato comigo, informando que não foi o secretário quem criticou a Comunicação do governo, mas o senador Romero Jucá (PMDB), aliado do mandatário José de Anchieta. A crítica não é minha, mas poderia ser, naturalmente, se tivesse motivo.
Afinal, vivemos num país que me confere a ampla e irrestrita liberdade de expressão. E nós, jornalistas profissionais, que gostamos tanto de criticar os outros (gostamos porque eu me incluo no rol dos jornalistas críticos), precisamos a aprender a conviver com a crítica ao nosso trabalho também. Não somos oniscientes. Nem infalíveis. Nem imune a erros ou imperfeições. Muitíssimo pelo contrário. Na pressa inerente à profissão nessa era digital erramos, e muito. Lembro-me que também fui demonizado quando ousei escrever a coluna Imprensa Urgente, no jornal Roraima Hoje, diário que funde junto com meu amigo Nei Costa, mas que seguiu um rumo sobre o qual prefiro nem falar.
Mas no caso da crítica em tela, apenas reportei a suposta fala do secretário. Durante esses 12 anos em que atuo na imprensa roraimense, passei a conquistar contatos por todo o estado, muitos deles na região sul de Roraima, onde faço circular, junto com o empresário Osmar Morais, o periódico Roraisul, que também foi concebido por mim e o Osmar e que é muito bem aceito por lá.
Naquela região tenho muitos e muitos contatos que me passam informações diversas. Sobre tudo e sobre todos. Não publico nem 10% do que recebo. Por isso, não admito ser chamado de mentiroso. Principalmente por pessoas que sempre tratei com respeito e consideração. É preciso saber que para cada fato há várias versões e nenhuma versão de um fato é, em si mesma uma verdade, absoluta nem de longe. É apenas uma versão. Mas vamos para a frente. A vida é cheia de surpresas.