Em Audiência no Senado, Nelson Barbosa diz que ‘concessão não é privatização’

Ministro do Planejamento Nelson Barbosa, no Senado/Foto: AS

Concessão não é privatização, afirmou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, hoje, quarta-feira (10), durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, um dia após o governo federal lançar uma nova fase do Programa de Investimento em Logística (PIL), com investimentos previstos de R$ 198,4 bilhões nos próximos anos, sendo R$ 69,2 bilhões entre 2015 e 2018, durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
“Ela [presidente Dilma Rousseff] não fez privatização. Não tem nenhum problema com privatização, mas é diferente alugar e vender um imóvel. Privatizações também podem acontecer. O governo está prevendo a desestatização da Celg. É uma coisa que a gente espera fazer neste ano. Trabalhamos junto com o governador Marconi Perillo [do estado de Goiás]”, declarou ele.


Nelson Barbosa confirmou que a maior parte da execução do plano de concessões acontecerá de 2019 em diante, após o fim do segundo mandato da presidente Dilma, mas acrescentou que o governo espera pelo menos iniciar todos investimentos até 2018.

Impacto no PIB e nos investimentos

Ele avaliou que o valor de investimentos previsto até o fim do atual governo, de R$ 69 bilhões, representa cerca de 1 ponto percentual do PIB projetado para este ano, o que representa, em quatro anos, 0,25 ponto percentual por ano.

“Esse é o valor inicial [0,25 ponto percentual do PIB por ano]. Esse investimento alavanca outros, o que os economistas chamam efeito de encadeamento. A gente espera que adicionem cerca de 0,5% [ponto percentual] do PIB por ano nos próximo anos. Não é muito elevado, mas é considerável”, avaliou o ministro do Planejamento.

De acordo com ele, a taxa de investimentos da economia brasileira está, atualmente, em 19% do PIB. A expectativa da equipe econômica é que, com o novo plano de concessões, ela atinja o patamar de 21% do PIB nos próximos ano, o que, segundo ele, é um nível “suficiente” para sustentar uma taxa de crescimento do PIB da ordem de 3% ao ano.

“Como a população brasileira está crescendo menos, representa aumentar a renda em 2,3% ao ano. É um ritmo adequado. [O plano de concessões] vai elevar o PIB e o investimentos. Em 21% do PIB, [os investimentos] conseguem sustentar um crescimento de 3% do PIB, no longo prazo, com o controle da inflação”, disse o ministro do Planejamento.

ENTENDA:

– O plano anunciado pelo governo prevê que as empresas que vencerem as concessões vão investir R$ 198,4 bilhões nas obras de infraestrutura do país:
– Esses recursos serão investidos na construção e na reforma das rodovias, ferrovias, portos e aeroportos concedidos
– Desse valor, R$ 69,25 bilhões deverão ser aplicados entre 2015 e 2018
– Os outros R$ 129,2 bilhões serão investidos a partir de 2019 e até o final do prazo de concessão, que varia de acordo com a obra, podendo chegar a 30 anos
– Não foi definido qual será o modelo que será adotado para cada concessão. Por isso, não há previsão de quanto o governo vai arrecadar com os leilões

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