Nos dois dias de greve dos agentes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, ocorrida entre 14 e 15 de maio, foram registrados 40 homicídios, 897 roubos e 348 furtos em todo o estado de Pernambuco. O balanço foi divulgado no final da tarde de ontem, sexta-feira (16), durante coletiva de imprensa realizada no Palácio do Campos das Princesas, na qual participaram o responsável pela coordenação das tropas do Exército e Força Nacional, coronel Jesus Corrêa, o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, o governador João Lyra, e o secretário da Casa Civil, Luciano Vásquez.
Mesmo com o término do movimento grevista, as autoridades ressaltaram que os 1.200 homens das tropas do Exército e Força Nacional continuarão a reforçar a segurança pública no Interior e na Região Metropolitana do Recife (RMR). Entretanto, esse prazo pode ser diminuído ou até mesmo prorrogado, o que vai depender da decisão do governador João Lyra. “As tropas vão continuar no Estado até o dia 29, podendo ou não regressar mediante pedido do Governo. A probabilidade é que esse prazo seja adiantado, mas independente disso, vamos continuar com o objetivo de retomada da ordem”, disse Vásquez.
Sobre as investigações que podem culminar ou não com a aplicação de punições aos membros da corporação, o secretário de Defesa Social informou que os casos serão analisados. “Estamos consolidando as informações e todos os danos que foram causados. A Justiça Militar vai apurar e avaliar os casos”, pontuou Alessandro Carvalho. O gestor não mensurou prazos para conclusão das investigações.
O governador falou sobre as investigações que estão identificando os autores de saques e furtos registrados em diversas regiões de Pernambuco. ” Vamos investigar e prender os envolvidos nesses episódios. Inclusive, existem imagens que vão nos ajudar a identificar os transgressores. A ausência da polícia nas ruas não quer dizer que é permitido promover a baderna,” explanou. Ainda segundo Lyra, 200 pessoas estão presas acusadas de furto ou receptação de produtos roubados, cuja penas para estes tipos de delitos variam de um a cinco anos de detenção.
A greve da PM e do Corpo de Bombeiros causou um clima de insegurança e trouxe o caos para várias cidades do Estado. Só na RMR, mais de 230 pessoas foram detidas, sendo 102 em flagrante. Dentre os delitos registrados estão: furtos, roubos, perturbação do sossego, porte ilegal de arma de fogo, dano qualificado, entre outros.
A paralisação foi encerrada após uma reunião entre os líderes do movimento e representantes do Governo, na noite da quinta-feira (15) – mesmo com a maioria dos manifestantes estando contrários a decisão. As atividades foram retomadas nesta sexta.(Terra/Folha Pernambuco)