Na visita que o candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua esposa Rosângela Silva, a Janja, fizeram ao Museu da Amazônia (Musa), na Zona Norte de Manaus, nesta quarta-feira (31), ele deu garantias, se eleito for, de que vai combater o desmatamento em terras indígenas, na Amazônia.
A fiscalização das fronteiras brasileiras será prioridade em seu governo, assim que confirmada sua vitória nas urnas. “Não queremos criar um sistema de segurança que alije os estados. Nossa intenção é aumentar a fiscalização, fazendo com que a Guarda Nacional, que pretendemos criar, ocupe todos os espaços. São 16 mil quilômetros de extensão da Argentina até a Guiana Inglesa”, ressaltou.
A declaração foi dada durante encontro do presidenciável com lideranças indígenas. Na ocasião afirmou que não pretende transformar a Amazônia em “santuário da humanidade, uma coisa intocável”, mas que vai propor um acordo com países vizinhos da região amazônica para explorar com responsabilidade, as riquezas e a biodiversidade da floresta e formar parceria com pesquisadores internacionais.
Lula entende que a exploração sustentável da Amazônia tem potencial para “gerar melhores condições” de vida para os povos das florestas, ribeirinhos e moradores das cidades às margens das calhas dos rios.
“É preciso que a gente se coloque em acordo com os outros governos da América do Sul para que a gente trate, sem abrir mão da soberania, de como convidar os cientistas do mundo inteiro a participar da exploração de um mundo diverso, tão pouco conhecido por todos nós ainda”, disse Lula ao portal G1.
Povos indígenas
Ainda no Musa, representantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) participaram da reunião com o candidato do PT à presidência. Eles lembraram, no evento, os assassinatos do indigenista Bruno Araújo e do jornalista britânico Dom Phillips no início de junho no Vale do Javari (AM).
Ibama
Lula também falou da importância de fazer voltar a funcionar a contento o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Vamos colocar mais funcionários para trabalhar e quem estará à frente do Ibama não precisa ser, necessariamente, um loiro, alguém do Mato Grosso ou do Sul do País. Pode ser um indígena”, frisou, sendo muito aplaudido por lideranças indígenas que se encontravam no Musa acompanhando a visita do candidato.
