Embrapa inaugura obras de revitalização do Campo Experimental do Rio Urubu

Campo Rio Urubu revitalizado pela Embrapa/Foto: Divulgação

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) inaugura, amanhã, quinta-feira (20), as obras de melhoria da infraestrutura física do Campo Experimental do Rio Urubu (Ceru), localizado no município de Rio Preto da Eva e dedicado à realização de pesquisas com dendê e caiaué.


Pertencente à Embrapa Amazônia Ocidental, o Ceru foi totalmente remodelado, com investimentos de R$ 3,1 milhões que garantem não só novo ânimo à equipe, como também a potencialização dos trabalhos realizados no local.

O conjunto de obras compreende um novo alojamento para os empregados, um novo prédio para a administração e um novo galpão de apoio.

Campo Rio Urubu revitalizado pela Embrapa/Foto: Divulgação
Campo Rio Urubu revitalizado pela Embrapa/Foto: Divulgação

O alojamento possui 30 apartamentos, semelhantes aos de um hotel, com banheiro privativo e ar condicionado, onde os funcionários ficam acomodados com conforto e segurança. No local foi construído um centro de convivência, com copa, área para televisão e sanitários, além de uma quadra de vôlei. Os quartos contam, ainda, com armadores de rede, uma solicitação dos funcionários durante a fase de elaboração do projeto executivo, e há também a disponibilidade de uma rede wi-fi para acesso a internet – uma das conquistas mais comemoradas pelos empregados.

O prédio da administração possui salas para a supervisão do Campo e para os técnicos, refeitório para 40 pessoas, cozinha, despensa, sanitários, sala com computadores para inclusão digital, sala para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes/ambulatório, almoxarifado e auditório para 50 pessoas, além de espaço para estacionamento de veículos. O galpão de apoio conta com 537 m² para abrigar veículos, máquinas e implementos agrícolas, além de um depósito para insumos agrícolas, com 335 m².

Fortalecimento da pesquisa

No Brasil, a Embrapa foi pioneira nas pesquisas e conduz os trabalhos de conservação e melhoramento genético do dendezeiro (Elaeis guineensis), de origem africana, e também do caiaué (Elaeis oleifera), palma de origem americana. A partir do estudo e conhecimento dessas espécies, a Empresa tem desenvolvido tecnologias que garantem o bom desempenho dos cultivos da palmeira no campo, com alta produtividade, resistência a pragas e doenças e melhor qualidade do óleo, além da sustentabilidade dos plantios, diminuição do custo de produção e alternativas viáveis para a agricultura familiar.

Graças ao apoio das pesquisas realizadas no Campo Experimental do Rio Urubu, o Brasil avançou no conhecimento da palma de óleo, e hoje já conta com sistemas de produção, tecnologias para produção de sementes e zoneamento agroecológico da cultura. Também já foram lançadas oito cultivares, sendo sete do tipo tenera e um híbrido a partir do cruzamento entre o dendezeiro e o caiaué, a BRS Manicoré.

Conforme o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Paulo de Azevedo, as obras, além de recuperarem a estrutura física de mais de 30 anos do Ceru, representam qualidade de vida no ambiente de trabalho, melhoria das condições ambientais gerais, promoção da segurança e integração social. “Nossa expectativa é que as melhorias físicas realizadas tenham um reflexo no desenvolvimento das atividades de cada trabalhador  daquele Campo, partindo-se do princípio básico que as pessoas são mais produtivas  quando mais satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho”, destacou.

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Ricardo Lopes, reforçou a importância do Ceru para conservação do germoplasma de dendê e caiaué, através do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) mantido no local, composto pelo maior e mais diversificado número de subamostras de caiaué do mundo e também um dos maiores de dendezeiro. “Esse germoplasma é um importante patrimônio do Brasil. Se perdido, fica comprometido o futuro do melhoramento genético da espécie no País. As melhorias na infraestrutura eram fundamentais para dar continuidade às atividades desenvolvidas. No entanto, temos ainda grande desafio para transformar o patrimônio disponível em produtos que atendam as demandas da cadeia produtiva da palma de óleo, que pede por novas cultivares, mais produtivas, com menor porte e adaptadas a estresses bióticos e abióticos e que são fundamentais para manter o cultivo da espécie competitivo e sustentável no Brasil”, disse.

Produção de sementes

De 1992 a 2015 o Ceru produziu e comercializou cerca de 13 milhões de sementes germinadas, o suficiente para o plantio de aproximadamente 75 mil hectares. As sementes produzidas, tanto de cultivares tenera como do híbrido interespecífico, têm qualidade reconhecida pelas empresas nacionais e de fora do país, já tendo sido exportadas para vários países, principalmente da América do Sul. “Sem a produção de sementes da Embrapa os produtores estariam totalmente dependentes de sementes importadas e sem o germoplasma mantido no Ceru não existiria produção de sementes de cultivares melhoradas no País”, explicou Lopes.

Obras entregues no valor contratado

A chefe-adjunta de Administração da Unidade, Nádima Campelo, ressaltou, como mais uma conquista, o fato de as obras terem sido concluídas sem nenhum aditivo de preço. “Entregamos a obra no valor contratado, fruto de corretos e adequados projetos básicos e executivos, e de ações de acompanhamento e fiscalização altamente técnicos e competentes, fatos que valorizam e dão eficiência aos recursos limitados que dispomos para investimento na infraestrutura física da Unidade”, pontuou.

O supervisor do Ceru, Bruno Araújo Cruz, também comemorou a entrega das obras. “Nitidamente percebemos melhoria significativa da satisfação e da qualidade de vida dos funcionários. Eles se sentem valorizados, com esse investimento importante para melhor atendê-los. Um recurso como a internet no próprio alojamento pode parecer simples, mas isso muda a vida dos colegas, porque eles conseguem estar em contato com a família com mais facilidade. Essa obra vem em boa hora não só para fortalecer a estrutura do Ceru, mas também para nos unir ainda mais”, disse.

Dendê

Nativo da África Ocidental, o dendezeiro foi introduzido na América no século XVI. Seu fruto produz dois tipos de óleo: o de dendê, extraído do mesocarpo (polpa) do fruto; e o de palmiste, extraído do endosperma (amêndoa). É a mais produtiva oleaginosa, superando a soja em até dez vezes em produção de óleo/área plantada. O cultivo com técnicas agronômicas para alta produtividade desta cultura no Brasil foi iniciado na década de 1960, no Pará. O Instituto Agronômico do Norte (IAN), hoje Embrapa Amazônia Oriental, realizou estudo de aptidão de materiais melhorados por meio de cooperação com o Institut de Recherches pour les Huiles et Oléagineux (IRHO), da França, atual Centre de Coopération Internationale en Rechecher Agronomique pour le Développement (Cirad).

Histórico

No início da década de 1980, a fim de atender a demanda tecnológica que daria suporte ao Programa Nacional de Óleos Vegetais para Fins Energéticos (PROÓLEO), a Embrapa estabeleceu o Programa Nacional de Pesquisa do Dendê e transformou o Centro Nacional de Pesquisa de Seringueira, localizado em Manaus, em Centro Nacional de Pesquisa de Seringueira e Dendê, hoje Embrapa Amazônia Ocidental. Nessa Unidade foi criado, em 1982, o Campo Experimental do Rio Urubu (Ceru), em Rio Preto da Eva (AM), onde, por meio de cooperação com o IRHO, foi estabelecido o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de dendê e caiaué, hoje um dos mais importantes do mundo, com intuito principal de atender à demanda nacional de sementes germinadas de dendê, a qual, até meados da década de 90, era totalmente dependente de fornecedores estrangeiros. Atualmente, a Embrapa é a única empresa brasileira detentora de matrizes com programa de melhoramento genético a produzir sementes comerciais germinadas de dendezeiro.

Localizado no Distrito Agropecuário da Suframa, zona rural do município de Rio Preto da Eva, o Ceru somente teve acesso à energia elétrica da concessionária em 2013, com aporte de recursos da Embrapa de mais de R$ 1 milhão para implantação da rede de distribuição. Conforme o chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Luiz Marcelo Brum Rossi, as obras entregues somam-se aos benefícios que a energia elétrica proporcionou, em segurança, conforto e comodidade, e à melhoria no desempenho das atividades técnicas e de apoio atribuídas às equipes daquele Campo Experimental.  “Nosso sentimento é de alegria e orgulho por ter conseguido realizar essas obras na nossa gestão, antigo sonho e aspiração tanto das equipes do Ceru como dos gestores anteriores”, declarou.

Alta diretoria

Além da presença de parceiros externos e de empregados e da chefia da Unidade, o evento de inauguração das obras do Ceru vai contar com a presença da alta direção da Embrapa.

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