Endividado, São Paulo vibrou com R$ 6 milhões dos shows do Coldplay

Foto: Recorte

R$ 1 milhão por show. Esse foi o dinheiro que o São Paulo garantiu com as apresentações do grupo britânico Coldplay.


Mas abriu mão do estádio em que seus jogadores mais gostam de atuar. Do gramado a que estão mais do que acostumados. E onde costumam ter desempenho melhor.

Quando as datas dos shows foram definidas, entre 10 e 18 de março, o calendário do Campeonato Paulista estava divulgado. Afetaria as quartas e as semifinais do torneio.

Os shows deveriam ter acontecido em outubro de 2022, mas o vocalista Chris Martin teve uma infecção pulmonar.

Detalhe: eles aconteceriam no Allianz Parque, estádio do Palmeiras. Como foram em 2016.

No ano passado, seriam dois shows.

E da localização da arena, entre duas estações de metrô.

Mas, quando a WTorre soube dos seis shows e que iriam coincidir com as quartas e semis do Paulista, percebeu o risco de conflito grave. Já que a construtora e o clube acordaram que a prioridade é o estádio de grama sintética para o Palmeiras, em jogos decisivos, eliminatórios. Desde que programados com antecedência, como era o caso do Paulista.

Lógico que o assunto nasceu morto. Leila Pereira e Abel Ferreira nem levaram adiante a possibilidade de jogar as fases decisivas do estadual fora do Allianz, com sua grama sintética.

Quando a direção do São Paulo foi consultada, o aceite foi imediato.

O clube tem dívidas imediatas, que deveriam ser pagas nos próximos 12 meses, de R$ 600 milhões. Mas os juros as aproximam dos R$ 700 milhões.

O rival Palmeiras deve cerca de R$ 500 milhões. Com R$ 315 milhões a serem pagos nos próximos 12 meses. O faturamento de 2022 beirou os R$ 800 milhões. Enquanto o do São Paulo mal atingiu R$ 600 milhões.

O cálculo ousado foi matemático: R$ 6 milhões dos shows mais R$ 6 milhões de arrecadação das quartas e semis. E mais R$ 3 milhões da primeira final no Morumbi. E o sonho de mais R$ 5 milhões pelo título. Ou R$ 1,5 milhão pelo vice.

R$ 20 milhões ou, no mínimo, R$ 16,5 milhões.

Ceni não pôde fazer nada. Sabe que o clube atrasou salários em 2022. E teve de concordar com a direção.

O resultado foi desastroso.

Com a eliminação para o Água Santa, o São Paulo faturou apenas R$ 3,2 milhões de arrecadação. E ganhou a “modesta” premiação de R$ 450 mil da Federação Paulista de Futebol.

Ou seja, os sonhados R$ 20 milhões viraram R$ 9,6 milhões.

E o Paulista desperdiçado.

Não é à toa que o São Paulo, em 11 anos, só venceu o Paulista de 2021.

Um único título para o clube tricampeão mundial.

Administrações desastrosas explicam as dívidas que se refletem no time.

Esse é um dos motivos que explicam a permanência de Rogério Ceni.

Mesmo acumulando fracassos desde que voltou ao Morumbi, em outubro de 2021.

Ele é o escudo, desvia o foco dos vexames adminstrativos da direção…

Daí a aposta milionária da diretoria tricolor.

Aceitar os R$ 6 milhões dos shows e ter a certeza de que o time de Rogério Ceni conseguiria passar pelas quartas, já que o adversário seria um clube pequeno, pela fórmula do Paulista. E a expectativa era que a semifinal seria diante do Corinthians, com torcida do São Paulo.

De maneira muito otimista, a primeira partida da final, projetada contra o Palmeiras, seria no Morumbi, que os jogadores tanto adoram.

A projeção era mesmo usar o Allianz Parque nas quartas e semis. Já se acostumando com o gramado sintético para o confronto final do estadual.

Fonte: R7

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