
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) publicou nesta segunda-feira (15) nota em que afirma ter sido mal interpretada e nega ter afirmado que haveria relação entre o uso de um tipo de larvicida e o surto de microcefalia no Brasil.
“Considerando a repercussão de informações veiculadas pela imprensa sobre a relação entre os casos de microcefalia no Brasil e o larvicida pyriproxyfen, a Abrasco esclarece que em momento nenhum afirmou que os pesticidas, larvicidas ou outro produto químico sejam responsáveis pelo aumento do número de casos de microcefalia no Brasil”, afirmou a entidade por meio do comunicado.
Nos últimos dias, alguns veículos de comunicação passaram a veicular informações e boatos citando estudos atribuídos à Abrasco relacionando o uso do larvicida pyriproxyfen à epidemia de má-formação em fetos.
Entre outubro e início de fevereiro, o Ministério da Saúde registrou 5.079 casos suspeitos de microcefalia no Brasil. Em anos anteriores, esses casos não chegavam a 200 ao ano.
Prudência
No comunicado, a Abrasco pede prudência aos pesquisadores e à imprensa em relação ao tema a fim de aprofundar incertezas junto à população.
“É sabido que um cenário de incerteza como este provoca insegurança na população e é terreno fértil para a disseminação de inverdades e de conteúdos sem qualquer (ou suficiente) embasamento científico”, diz a entidade.
“A Abrasco repudia tal comportamento, que desrespeita a angústia e o sofrimento das pessoas em situação mais vulnerável, e solicita prudência aos pesquisadores e à imprensa neste grave momento, pois todas as hipóteses devem ser investigadas antes de negá-las ou de confirmá-las.”
Conforme a entidade, há estudos em curso com o objetivo de estudar a relação causal e/ou a interação entre microcefalia e o zika vírus, agrotóxicos, outras substâncias e infecções (toxoplasma, rubéola, citomegalovirus e herpes simples), mas indicando que os resultados não serão imediatos.
Em relação a informações desencontradas e sem fundamento sobre o tema da microcefalia, o Ministério da Saúde tem dito que boatos que negam a relação entre o aumento dos casos de má-formação do cérebro de fetos, o zika vírus e o mosquito Aedes aegypti atrapalham os esforços de enfrentamento da epidemia.
(NOTÍCIAS AO MINUTO)