
Durante debate sobre a situação da Amazônia, especialistas afirmaram que o Brasil tem condições tecnológicas e legislação capaz de garantir a preservação de seus recursos naturais sem prejudicar a produção agropecuária. Para eles, a agricultura não depende de mais desmatamento.
As queimadas, segundo eles, podem ser evitadas por meio de investimentos em ações de prevenção, fiscalização e de combate a atividades ilegais como garimpo e grilagem de terras. Assim será possível reverter o quadro das últimas décadas, nas quais o Brasil derrubou mais de 30 milhões de hectares de cobertura vegetal nativa, quatro vezes mais que Argentina, Paraguai, Bolívia, Indonésia e Rússia.
Diretora de Ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar destacou que metade do fogo na Amazônia, nos anos de 2019 e 2020, concentrou-se em terras públicas, terras indígenas, florestas públicas não destinadas ou glebas privadas não definidas.
Secretário de Biodiversidade e Florestas no período de 2003 a 2008 e ex-coordenador do Plano de Ação Para Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco disse que o Brasil tem capacidade de geração de dados que causa inveja em países desenvolvidos, e que a melhor forma de lidar com essas informações é utilizá-las para reverter o crescimento do desmatamento. “O Brasil tem sido o campeão mundial no desmatamento nas últimas três décadas, e o país continua liderando o desmatamento, com quase 24%”, afirmou.