
Média das projeções de mercado aponta retração de 9,2%, o que praticamente já condena a era Bolsonaro-Guedes a um período de recessão ou estagnação econômica.
O Rombo
A falta de rumo da política econômica do governo Jair Bolsonaro que foi agravada pela pandemia elevou o déficit primário das contas do setor público consolidado para R$ 81,071 bilhões em julho.
O rombo, o pior para o mês em 19 anos, corresponde a 7,48% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2015, último ano do governo Dilma Rousseff antes do golpe, o déficit correspondeu a 1,94% do PIB.
Recuo do PIB
O Brasil nunca registrou uma queda econômica tão acentuada como a que será apontada no segundo trimestre deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) ainda deverá recuar inéditos 9,2% no segundo trimestre, ante o primeiro, feitos os ajustes sazonais. É o que aponta a mediana de 49 economistas consultados pelo Valor Data.
As projeções para as Contas Nacionais Trimestrais que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar amanhã vão de queda de 11,3% a recuo de 7%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a baixa prevista é de 10,5%, informou a reportagem de Ana Conceição e Anais Fernandes, publicada no Valor.
“Se a economia do país nunca viu número tão negativo, também é verdade que há alguns meses a situação parecia um pouco pior. Em maio, na divulgação do PIB do primeiro trimestre, que caiu 1,5% já afetado pela pandemia, a expectativa era de uma queda de 11,1% no resultado de abril a junho. Para o ano, a retração estimada também veio diminuindo e passou de 6,5% para 5,3%, ainda um tombo pior que os anos da recessão 2015-2016”, apontam ainda as jornalistas.
Com números tão ruins, mesmo que a economia se recupere nos anos seguintes, a era Guedes-Bolsonaro será marcada por forte recessão ou, na melhor das hipóteses, estagnação econômica.
Brasil 247