Estranha mistura no almoço assusta trabalhadores da P&G, na indústria de Manaus

Valdemir Santana e Duda Rocha na P&G para ver ‘estranha mistura’ no almoço denunciada pelos trabalhadores – foto: recorte/montagem/divulgação

Com 1,1 mil trabalhadores próprio e 800 terceirizados, a fábrica de produtos descartáveis P&G, antiga Gillette, trata os seus funcionários como se eles estivessem em um campo de concentração.  A informação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindimetal), Valdemir Santana, logo após uma reunião tida com parte da diretoria em Manaus e com membros do Recursos Humanos (RH), na quinta feira (22), dentro da própria indústria.


Para o presidente dos Metalúrgicos, o que a P&G vem fazendo é comparado a um massacre aos industriários em Manaus. Segundo ele, a empresa não parou durante a pandemia, adotou o regime semiescravo nas linhas de produção, alimenta mal os trabalhadores e mantém o sistema de massacre com a exploração através da contratação de empresas que terceirizam a mão-de-obra barata, desqualificada e sem direito aos encargos trabalhistas.

Presidente Valdemir Santana e diretores do Sindimetal em visita à P&G – foto: divulgação

Mistura estranha no almoço

“Nesta empresa, os trabalhadores terceirizados recebem apenas um salário mínimo, sem direito aos benefícios, o que é uma afronta à Lei de Incentivos Fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM). O café da manhã é regado a ‘pão com margarina’, ou seja, mais ou menos parecido com o “Pão com Mingau da Flextronics).

Mas, o pior, chega no almoço, que chega acompanhado de uma estranha mistura parecida com farofa de ovo amassado com arroz depois de três dias de molho. “A estranha iguaria está assustando os trabalhadores”, lamenta o sindicalista. (foto)

Na visita que o dirigente sindical fez à fábrica da P&G no Polo Industrial de Manaus (PIM), esta semana, ele se deparou com inúmeros problemas passíveis de punição tanto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-AM) como pela Lei de Incentivos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

México

A empresa P&G é do México, com diretores do México, querendo fazer acordo irregular fora da realidade e da Lei Trabalhista do Brasil. “Estivemos lá para fazer acordo sobre horário de trabalho para 200 pessoas que foram escaladas para trabalhar em dois domingos. Mas, para isso, é necessário que o trabalhador receba hora extra e uma folga durante a semana. Não vamos aceitar de outra forma”, explicou.

Outro problema sério citado por Valdemir, é a falta de assistência médica aos funcionários que exercem atividade de risco, ‘grau 3’, e pela falta de creche para os filhos dos trabalhadores, férias, 13º salário, FGTS, INSS, PLR, entre outras.

Valdemir Santana na fábrica P&G – foto: divulgação

A diretoria da P&G é de fora e não conhece a lei da ZFM. Não conversa com o Sindicato e nem mesmo com a Suframa. “Eles não têm diálogo”, afirmou Santana, que acrescentou: “assim que melhorar a pandemia, a entidade tem que resolver a situação dos funcionários.

Mas a P&G não está só, tem a Flextrônics, que mantém o hábito da péssima alimentação e o mesmo sistema de semiescravidão, na qual está incluída a Moto Honda da Amazônia.

A Moto Honda da Amazônia, segundo Santana, é uma fábrica do PIM que também prejudica os trabalhadores, com a contratação irregular de terceirizados. “Estamos nos preparando para resolver essa questão, nem que para isto, tenha que parar essas fábricas”, avisou.

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1 COMENTÁRIO

  1. Eu tralhei na produção durante seis anos e três meses e nunca recebe PLR nem PERICULOSIDADE nosso sindicato quê era pra ser dos metalurgicos eles botaram o sindicargas nos vamos atras e eles dizem que nos não temos direito.

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