Estudo avalia a possibilidade de identificar o autismo em bebês ainda no útero

Foto: Divulgação

Os primeiros sinais de autismo aparecem ainda na primeira infância e atualmente, o diagnóstico é feito por meio de observação clínica e aplicação de protocolos validados cientificamente, sendo mais comum que ele ocorra entre os 2 e 3 anos de idade.


Mas, uma pesquisa liderada pela equipe de Medicina de Harvard e a autora Alpen Ortug coletou imagens de ressonância magnética que podem trazer novidades sobre o TEA (Transtorno de Espectro Autista) em um futuro próximo.

O estudo apresenta imagens cerebrais de fetos com aproximadamente 35 semanas de gestação para posterior comparação do autismo em bebês. Ao todo, foram 39 crianças, que atendidas no Hospital Infantil de Boston, passaram a participar do estudo.

Dentre elas, 9 crianças, mais tarde, foram diagnosticadas com autismo, 20 crianças foram consideradas neurotípicas e as outras 10 crianças não apresentavam as características para fechar o diagnóstico de TEA, mas adquiriram características comuns do autismo.

O que o estudo identificou?

Os pesquisadores perceberam, pela ressonância magnética das crianças que posteriormente foram diagnosticadas com TEA, que estas apresentavam o lobo insular, a amígdala e a comissura do hipocampo comparativamente maior durante a gestação.

Com a identificação das primeiras assinaturas das anormalidades cerebrais em bebês com “autismo em perspectiva” – termo usado pelo estudo para identificação do autismo em bebês ainda no útero – o que se espera é que o diagnóstico consiga ser fechado mais cedo e a intervenção precoce se torne uma realidade para muitas famílias.

O autismo atinge, principalmente, as sinapses cerebrais, que é a comunicação entre neurônios. Mas, estas se modificam com o uso. Elas ficam mais sensíveis a estímulos de acordo com experiências vividas nos primeiros anos e continuamente. Essa é a plasticidade essencial para o aprendizado, memória e outros mecanismos da vida humana.

O autismo pode ser identificado nos primeiros meses de vida, quando a criança não atinge os marcos do desenvolvimento necessários para a idade. Mas há casos nos quais a criança se desenvolve normalmente e, perto dos dois anos, desaprende algumas habilidades que havia desenvolvido. Essa é uma poda neural que acontece nessa idade e, em casos onde o autismo já estava no gene, desliga sinapses importantes e acontece o que se chama de  autismo regressivo.

A possibilidade, ainda estudada, de se descobrir o “autismo em perspectiva” por exames pré-natais, embora não seja conclusiva, pode favorecer – no futuro – um tratamento adequado desde os primeiros passos, muito embora ainda não seja possível afirmar correlação final de sinais nos fetos e o diagnóstico de autismo.

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