Evento digital em Manaus apresenta desafios e soluções para avanço na educação

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Os desafios da educação, estratégias para a reestruturação do ensino das engenharias e as mudanças que já estão sendo realizadas em busca da excelência na área foram debatidos no Amazon Stem Academy Summit (ASAS) 2021, que aconteceu nesta semana sobre coordenação da Academia Stem, iniciativa da Universidade do Amazonas (UEA).


O ASAS 2021 teve a participação de docentes de instituições de ensino do Brasil e do mundo, profissionais de importantes entidades da área e da indústria, além de um painel exclusivo com alunos do projeto Academia Stem, que compartilharam suas experiências e aprendizados.

O evento foi marcado pelo amplo debate em torno das áreas de inovação e tecnologia, com conversas que abordaram desde a necessidade de adaptação aos diferentes contextos e vivências externas, a reformulação na maneira de ensinar e a importância da constante evolução para formar profissionais completos e capazes de trabalhar com diversos assuntos para o mercado.

Na cerimônia de abertura, o reitor da UEA, Cleinaldo de Almeida Costa, frisou a relevância de fomentar debates como o proposto pelo ASAS 2021. “Vivemos em uma época onde tudo está interligado e quando falamos em qualificar as engenharias, falamos também em melhorar a vida das pessoas em todos os âmbitos”, disse.

Os painéis propostos realizados no primeiro do evento trataram de responder três perguntas: por que promover a excelência na engenharia, quais exemplos seguir e como organizações da indústria podem apoiar esta ação. O termo mais ouvido nas conversas foi inovação, seja buscando a adaptação de docentes ao uso de novas tecnologias e formas de ensino, desenvolvendo ecossistemas de cooperação conjuntos, incentivando maiores participações na área, como o apoio a mulheres engenheiras, ou realizando mudanças nas bases curriculares, com inserção de disciplinas que trabalhem âmbitos além do conteúdo estratégico do curso, as conhecidas softskills, na busca por formar profissionais completos que atendam às necessidades impostas pelo mercado, como destacou o professor da Universidade Estadual de Campinas, Marcelo Knobel.

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“Precisamos educar com flexibilidade. Quando você permite que os estudantes trabalhem em projetos, atividades extracurriculares, lhes oferecendo tempo, os resultados são espetaculares. É preciso advogar por essa educação mais ampla e menos baseada em matrizes de competência”.

O segundo e último dia de ASAS 2021 trouxe o debate de como estabelecer uma agenda estratégica de inovação na engenharia, onde os palestrantes apontaram como caminhos a seguir a aplicação de novos métodos de ensino nos centros universitários, com foco no incentivo à educação empreendedora e inovadora, o uso majoritário das tecnologias como auxílio, a união de institutos de ensino e pesquisa, e a importante mudança na forma de pensar e estruturar ações.

O último painel com especialistas apresentou a importância das práticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), fatores considerados externos, mas que estão presentes nas decisões de mercado, trazendo a necessidade da inserção dos profissionais de tecnologia e inovação no tema, para que saibam atender aos critérios ESG, utilizando de maneira real e atendendo aos propósitos dos fatores que abrangem sociedade e meio ambiente, como apontou a professora da Universidade Federal do Amazonas, Andrea Waichman. “Atuamos em sistemas complexos e por isso, temos que incentivar, desde a universidade, que os engenheiros pensem dentro de um contexto geral, mensurando impactos, avaliando as decisões como um todo, para que sua solução não se torne um problema futuro em outra área”.

Bolsistas da Academia Stem

O último painel do evento teve a participação dos protagonistas do ASAS 2021, como falou o coordenador do pilar de excelência da Academia Stem, José Renato Sátiro Santiago Jr., os alunos. Em uma conversa emocionante entre sete participantes da iniciativa, sendo cinco presentes como debatedores e dois como mediadores, eles contaram suas vivências e como o projeto tem contribuído para suas experiências na universidade e agregado à sua vida profissional através do desenvolvimento de projetos, pesquisas e capacitações oferecidas na Academia Stem.

Com início das atividades em meio à pandemia, ficou evidente na fala dos alunos, a importância da Academia Stem como agente motivador no incentivo à permanência na graduação. Se as aulas à distância tiraram o brilho dos cursos para os alunos, a possibilidade de desenvolver projetos práticos na área o trouxe de volta com um ambiente acolhedor, fato observado pela bolsista STEM e estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Estado do Amazonas, Yasmim Tabosa. “O projeto é muito integrador e nos apresenta novos conhecimentos, formando como uma rede de apoio e incentivo. Foi possível confirmar na fala de todos como a Academia Stem foi e está sendo determinante para a experiência acadêmica de vocês”, pontuou.

A Pró-reitora de planejamento da UEA, Maria Olívia Simão, frisou a relevância de abrir espaço para os alunos assumirem seus papéis como protagonistas. “Esse é um momento marcante e muito gratificante, em poder ver a convergência entre as falas de vocês em relação à Academia Stem e nossos objetivos nos faz ter certeza de que estamos no caminho certo. Nesses últimos dias ficou evidente o potencial que vocês têm para realizar muitas coisas e posso garantir que o céu é o limite”, afirmou.

Academia STEM

A Academia STEM foi criada em 2019 para o fortalecimento dos cursos de engenharia na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Neste projeto, a partir da promoção da educação STEAM (ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática, na sigla em inglês), a UEA busca contribuir para a elevação da capacidade de inovação, empreendedorismo e competitividade no Amazonas e no país. O Projeto Academia STEM é realizado através do apoio da Samsung Eletrônica da Amazônia LDTA, incentivado pela Lei N. 8.387/91.

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