Ex-diretor Paulo Roberto Costa volta à CPI da Petrobras, determina juiz

Juiz manda que Paulo Roberto volte à CPI da Petrobras/Foto: Divulgação
Juiz manda que Paulo Roberto volte à CPI da Petrobras/Foto: Divulgação
Juiz manda que Paulo Roberto volte à CPI da Petrobras/Foto: Divulgação

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato na primeira instância, determinou ontem, sexta-feira (21), que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa se apresente no dia 2 de dezembro à CPI mista que investiga denúncias de irregularidades na estatal. No despacho, o magistrado determinou que a Polícia Federal (PF) tome as providências necessárias para assegurar a escolta de Costa para Brasília. Ele cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

“Em vista da requisição parlamentar, determino a apresentação de Paulo Roberto Costa, mediante escolta da Polícia Federal, no dia 02/12/2014, às 14:30, no Plenário 2, Ala Senador Nilo Coelho, Anexo II, Senado Federal, pela CPMIPETRO [CPI mista da Petrobras]”, escreveu Moro no despacho.


O ex-diretor é investigado por suspeita de participar de esquema de corrupção dentro da Petrobras. Para abrandar uma eventual condenação, ele firmou acordo de delação premiada, em que conta o que sabe sobre as denúncias para a polícia. Costa e o doleiro Alberto Youssef, que também está na delação premiada, disseram em depoimento que empresas que fechavam contratos com a estatal pagavam propinas que eram repassadas a partidos políticos.

Moro ressaltou que deve ser garantido ao ex-diretor o direito de não responder perguntas feitas pelos parlamentares.

No despacho, o juiz determina também que seja evitado o uso de algemas em Paulo Roberto Costa na apresentação dele ao Congresso, por não ser ele “acusado de crimes praticados com violência ou grave ameaça”.

Deputados e senadores da CPI mista têm interesse em que Costa participe de uma acareação com Nestor Cervero, ex-diretor internacional da Petrobras. Na gestão de Cerveró foi assinada a compra da refinaria de Pasadena. A transação é investigado por Ministério Público, Tribunal de Contas da União e Polícia Federal.

Depoimento em setembro

Costa foi à CPI no dia 17 de setembro. Na ocasião, ele não quis responder nenhuma pergunta. Repetiu 18 vezes que não tinha nada a declarar ou frases equivalente.

Os parlamentares chegaram a propor a realização de uma sessão fechada, sem transmissão pela TV e restrita a deputados e senadores. Mesmo assim, o ex-diretor disse que não responderia a nenhum questionamento.

Lava Jato
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.

Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 24 pessoas foram presas pela PF durante esta etapa da operação. Porém, ao expirar o prazo da prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), na última terça (18), 11 suspeitos foram liberados. Outras 13 pessoas, entre as quais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, continuam na cadeia.

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