Ex-presidente da Petrobras é preso em nova fase da Lava Jato

Aldemir Bendine, preso na Lava Jato/Foto: Cristina Índio do Brasil

A Polícia Federal prendeu, hoje, quinta-feira (27), o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, em nova fase da operação Lava Jato, por suspeita de ter recebido junto com parceiros, pagamento irregular de R$ 3 milhões da empreiteira Odebrecht, já durante o curso da maior investigação de combate à corrupção da história do País.


Bendine foi presidente-executivo da Petrobras de fevereiro de 2015 a maio de 2016, tendo sido indicado para o cargo pela então presidente Dilma Rousseff após a deflagração da Lava Jato. Antes de assumir a petroleira, Bendine fora presidente do Banco do Brasil.

De acordo com as investigações, Bendine já havia solicitado pagamento de propina no valor de R$ 17 milhões à Odebrecht na época em que estava à frente do banco para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da empreiteira, mas o pagamento não foi efetuado, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

Aldemir Bendine, preso na Lava Jato/Foto: Cristina Índio do Brasil

No entanto, às vésperas de assumir a Petrobras, Bendine e seus operadores voltaram a pedir pagamento de propina da empreiteira, que acabou pagando R$ 3 milhões de forma irregular em troca de benefícios dentro da estatal de petróleo, inclusive em relação às consequências da Lava Jato, de acordo com os investigadores.

A colaboração premiada dos executivos da Odebrecht foi o ponto de partida das investigações. A partir daí, a investigação se aprofundou e revelou estreitos vínculos entre os investigados e permitiu colher provas de corroboração dos ilícitos narrados”, disse o MPF em comunicado.

A operação desta quinta-feira, 42ª fase da Lava Jato, recebeu o nome de “Cobra”, em referência ao codinome dado a Bendine nas planilhas de pagamentos ilegais da Odebrecht, de acordo com a Polícia Federal.

Um e-mail enviado ao escritório de advogados que defende Bendine não foi respondido de imediato na manhã desta quinta.

Em junho, quando o juiz federal Sérgio Moro autorizou abertura de inquérito para investigar Bendine, o escritório Bottini & Tamasauskas Advogados negou que o ex-presidente da Petrobras tenha cometido as supostas irregularidades.

Procurada nesta quinta-feira, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedido de comentário sobre a prisão de Bendine. No início de maio, quando surgiram as primeiras informações sobre suspeita de propina paga pela Odebrecht a Bendine, o diretor-executivo de Governança e Conformidade da Petrobras, João Elek, afirmou a jornalistas que as irregularidades apontadas foram investigadas internamente e nada havia sido comprovado.

Desde que fechou acordos de delação premiada e leniência com as autoridades brasileiras, a Odebrecht tem afirmado que reconheceu seus erros, pediu desculpas públicas e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas. Também afirma entender que é responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos por seus executivos e ex-executivos.(Terra)

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