Exército egípcio mata turistas por engano em ação antiterrorismo

Exército perseguia militantes/Foto: Reuetrs

Forças de segurança egípcias mataram por engano 12 pessoas, entre elas pelo menos dois turistas mexicanos, durante uma operação de segurança realizada ontem, domingo (13). Os turistas viajavam em quatro carros que teriam entrado em uma área restrita do Deserto Ocidental, onde tropas do Exército e da polícia militar perseguiam supostos militantes islâmicos. Dez pessoas ficaram feridas.
Os veículos foram alvejados por um helicóptero Apache numa área próxima ao oásis de Bahariya. Nos últimos meses, o Egito tem sido alvo de uma série de incidentes levados a cabo por extremistas, em especial na região do Sinai. Entre os mortos estavam dois guias egípcios.


O presidente do México, Enrique Pena Nieto, condenou o incidente e exigiu uma investigação rigorosa. O ministério das Relações Exteriores do país ainda não confirmou a identidade de todas as vítimas. Já o embaixador mexicano no Cairo, Jorge Alvarez Fuentes, visitou os turistas mexicanos feridos que foram levados ao hospital.

Segundo um porta-voz do Ministério do Interior, a empresa de turismo responsável pelo passeios não informou às autoridades que viajaria para a região do deserto. O porta-voz disse ainda que a área não é aberta para turistas e que a empresa não tinha autorização para operar na região. Porém, uma fonte ouvida pela BBC disse que a empresa não apenas tinha obtido permissão das autoridades como ainda contava com uma escolta policial.

Com uma vasta área, o Deserto Ocidental é um destino popular para turistas que visitam o Egito, mas também uma área que atrai militantes islâmicos. No mês passado, um engenheiro croata feito refém pelo grupo extremista autointitulado Estado Islâmico (EI) foi executado na região. O deserto fica perto da fronteira com a Líbia, país em que as atividades de grupos extremistas estão se intensificando. No domingo, o “EI” disse ter enfrentado tropas egípcias no deserto.

Atividades insurgentes no Egito ganharam força depois do golpe militar de julho de 2013, que derrubou o então presidente Mohammed Morsi, líder da Irmandade Muçulmana.

Segundo o governo, centenas de policias e soldados já foram mortos em ataques. Há dois meses, militantes do “EI” no Sinai mataram mais de 100 pessoas.

O turismo é um dos principais motores da economia egípcia, mas desde 2011, quando ocorreram os levantes da Primavera Árabe, o número anual de pessoas visitando o país caiu de 15 para 10 milhões.(Terra/BBC)

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