
Por falta de verbas e apoio da Secretaria de Cultura (SEC), o 32º Festival da Canção de Itacoatiara (Fecani) pode não acontecer nos dias 06 a 09 de setembro, conforme anunciado pela direção do evento.
A falta de resposta do titular da Secretaria de Cultura em 2016 e agora em 2017, tem transformado a realização do Fecani uma incógnita. Para um dos coordenadores do evento musical em Itacoatiara, Mano Olímpio, Robério Braga virou as costas, em definitivo, para o Festival. “Ele apoia os bois de Parintins, Festa da laranja, Cupuaçu, Banana, Abacaxi, Melancia, Batata, mas se nega a dar apoio ao Fecani”, desabafa.
“Estamos com medo de cancelar o evento novamente esse ano”, se preocupa Bruno Azedo. De acordo com ele, tem uma conversa agendada com governador David Almeida, mas ele também está com problemas de continuidade. Não tem uma definição política ainda. Mas acredita que o governador pode ser a solução do impasse.

Na opinião de Manolo, Robério não tem nenhum interesse no Festival da Canção de Itacoatiara. Não decide nada, nunca foi “simpático” ao Fecani porque sempre quis a coordenação pra ele.
Em uma reunião política em Manaus, Robério chegou a se manifestar positivamente a respeito do Fecani. Disse que a coordenação não o procurou no caso do 31º Festival, o prefeito da época, Mamoud Amed também não se mostrou interessado em buscar as verbas disponíveis e que ele, Robério, tinha o maior interesse na realização desse evento.
A opinião de Robério não é compartilhada pelos coordenadores Manolo Olímpio e nem por Bruno Azedo. Os dois pegaram “canseiras e chás de banco” na antessala do secretário e não acreditam que ele esteja pensando diferente agora.
Já o prefeito Antônio Peixoto, durante uma convenção do Partido dele, o PT, em Manaus, garantiu que faria o possível para desfazer o equívoco do prefeito anterior, que foi a não realização do 31º Festival. Garantiu que o apagão da cultura musical no interior, seria desfeito.

Parece que o prefeito esqueceu das declarações. Para um blog local ele disse que assumiu a prefeitura com muitos rombos nos cofres públicos e que não possui condições de custear o evento. Assim como ex-prefeito Mamoud Amed, Peixoto também vai deixar a cidade sem o seu maior evento, em 32 anos de realizações.
A preocupação passou a ser para o comércio local. Seria o segundo ano consecutivo, que as centenas de comerciantes ficariam sem arrecadar milhões de reais. O evento Fecani é um investimento, não uma despesa para o município. Todos trabalham, são mais de 30 mil visitantes. São hotéis lotados, restaurantes, banca de sorvete, salgadinhos. Todos vendem, arrecadam para o município.
Pelo andar da “canoa do prefeito Antônio Peixoto”, os comerciantes vão encalhar no seco. Não existe previsão do 32º Fecani acontecer e o prefeito continua achando tudo isso muito normal.