
Os festivais gastronômicos e de guloseimas iguais ao “Festival do Hamburguer”, que aconteceu nesse final de semana (19 e 20), no Calçadão da Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus, mais parece um “show da carestia”, onde um simples pastel chega a custar em média R$ 10,00, a seco.
Se o cidadão optar por comer acompanhado de um suco, de 30ml, terá que desembolsar mais R$ 8,00, no barato. Mas se o cidadão tiver levado a sua família para esses “shows da exploração promovidos pela prefeitura de Manaus”, aí é ter a certeza de que gastará o equivalente a uma semana de alimentação em restaurantes no centro da cidade.
O mais impressionante, é que por tabela, a carestia da Ponta Negra começa pelos supostos guardadores de carros (flanelinhas), e termina nos vendedores de pipocas. Nos dias dos eventos, os flanelinhas cobram em média R$ 5,00 para olharem os carros nas imediações do Calçadão, uma área pública, que foi liberada desse tipo de serviço na administração do prefeito Amazonino Mendes, anterior a esse que está aí.
O valor dos alimentos no comércio da Ponta Negra, hoje, é o equivalente ao que é cobrado nos boxes e lanchonetes do Aeroporto Eduardo Gomes. R$ 20,00 um X-Salada, uma pizza média cascuda, custa entre R$ 55,00 a R$ 65,00, uma garrafinha de água de 300ml por R$ 3,00 a R$ 4,00. Ou seja, o ideal é ir à Ponta Negra para passear, mas levando uma quentinha à tira colo.
Contudo, é lamentável que na principal área de lazer de Manaus, para onde se dirigem pessoas de todas as Zonas da cidade, a exploração corre frouxo, chancelada pela atual administração da prefeitura de Manaus, contradizendo, inclusive, o que o prefeito Arthur Neto (PSDB) tem dito em todos os espaços que lhe permitem, que o Brasil está em crise, que Manaus passa por momentos difíceis, que as pessoas estão esperando melhorar de vida.
Mas, se melhorar vida com essa concepção de exploração dos espaços e do público, extorquindo os frequentadores desses logradouros, sinceramente, esperamos que não seja com ele, o prefeito Arthur. Porque, o risco de empobrecimento da população manauara, certamente será bem maior.