
Um relatório produzido pela Polícia Civil do Distrito Federal revelou que financiadores de atos extremistas pagaram R$ 599,9 mil para transportar manifestantes de 15 estados a Brasília no dia 8 de janeiro. O relatório, compartilhado com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, detalha que 119 ônibus transportaram 4,6 mil pessoas para as manifestações que resultaram em atos de vandalismo nos prédios dos Três Poderes. As autorizações para a entrada dos ônibus em Brasília foram emitidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O documento identifica os responsáveis pela contratação dos ônibus e os financiadores do transporte, com pagamentos que variam de R$ 100 a R$ 28 mil. Entre os financiadores mencionados, destacam-se Jorginho Cardoso de Azevedo e o Sindicato Rural de Castro, no Paraná. Alguns indivíduos citados no relatório estão presos por envolvimento nos ataques extremistas, que estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal.
Investigação na CPMI
O relatório da Polícia Civil vai ser usado pela CPMI para alcançar uma parte dos financiadores dos atos extremistas. Na terça (11), a comissão vai ouvir o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. O militar está preso desde 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação dele e de familiares e do ex-presidente Jair Bosonaro e da filha dele.
O militar recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar ser dispensado do depoimento, mas a ministra Cármen Lúcia negou o pedido. A ministra determinou, no entanto, que ele tem o direito de não produzir provas contra si, podendo não responder a perguntas que possam incriminá-lo.