Fogo no Pantanal causa preocupação durante festas de São João em Corumbá

'Muralha de fogo' no Pantanal — Foto: Reprodução

A situação dos incêndios no Pantanal em Corumbá, Mato Grosso do Sul, é crítica e preocupante. No sábado, dia 22, uma imagem impressionante das festividades do Arraial do Banho de São João viralizou nas redes sociais, mostrando os fogos da festa em primeiro plano e os incêndios no Pantanal ao fundo, cercando a cidade. (veja vídeo abaixo)


Até essa data, já foram queimados 576,1 mil hectares no bioma, com 430,1 mil hectares em Mato Grosso do Sul e 145,8 mil hectares em Mato Grosso, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nas últimas 48 horas (22 a 23 de junho), foram registrados 256 focos de calor no Pantanal, sendo 248 em Mato Grosso do Sul e 8 em Mato Grosso. Corumbá concentra a maioria dos focos, com 218 registros, representando 85,2% dos focos no Pantanal.

O combate aos incêndios envolve ações simultâneas por terra e ar. Pelo ar, dois helicópteros e um avião do Grupamento de Operações Aéreas (GOA) e do Corpo de Bombeiros estão atuando para conter as chamas. No sábado, eles focaram em uma área conhecida como Bracinho, perto do Porto Geral de Corumbá. A fumaça densa incomoda a população local, por isso os lançamentos de água são concentrados nessa região.

O avião Air Tractor, utilizado nas operações de combate a incêndios em Mato Grosso do Sul há três anos, pode transportar até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso, agilizando a resposta contra o fogo. Além disso, há um tanque de 20 mil litros para reabastecer o avião, permitindo a realização de múltiplos alijamentos de água nos pontos críticos. Dois helicópteros equipados com baldes automáticos (bambi buckets), capazes de transportar 820 litros de água, também estão sendo usados.

Por terra, uma estratégia fundamental é combater o fogo tanto de dia quanto à noite. As condições atmosféricas durante o dia dificultam o combate devido às altas temperaturas (até 46°C), baixa umidade (13%) e ventos fortes (acima de 50 km/h). À noite, essas condições são mais amenas, facilitando o combate aos incêndios.

O solo de turfa, típico do Pantanal devido à decomposição de matéria orgânica, também alimenta o fogo. A turfa cria bolsões de ar no solo, formando material combustível que pode ser altamente inflamável e causar incêndios de turfa, que são complexos e difíceis de combater.

Além da vegetação peculiar e do solo de turfa, a baixa umidade relativa do ar, as altas temperaturas e a ausência de chuvas há mais de dois meses (72 dias em Corumbá e 67 dias em outras áreas do Pantanal) contribuem para a propagação do fogo. Ventos fortes também são um grande obstáculo nas ações de combate.

Os esforços intensivos para controlar e extinguir os incêndios no Pantanal são fundamentais para proteger a população e preservar este importante bioma.

Fonte: g1

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