Força Nacional deixa RR após massacre

Viaturas da Força Nacional foram vistas na BR-174 Norte /Foto: Emily Costa/G1 RR

Agentes da Força Nacional de Segurança estão deixando Roraima nessa terça-feira (23). A saída da tropa ocorre um ano após o massacre de 33 detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, e quatro dias após a fuga de quase 100 presos da mesma unidade.


Durante a manhã, agentes da tropa deixaram o alojamento onde ficavam na Vila Olímpica de Boa Vista, no bairro Jardim Olímpico, zona Oeste da capital, e seguiram pela BR-174 Norte em viaturas da Força Nacional.
De acordo com o Ministério da Justiça, a tropa está deixando o estado porque o governo não solicitou a prorrogação da permanência dos agentes em Roraima. O prazo expirou em dezembro de 2017.

A informação é contestada pela Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), que diz ter pedido via ofício, datado de agosto do ano passado, a prorrogação da permanência da Força Nacional no estado por mais 180 dias, que iriam terminar em fevereiro deste ano. (Veja o comunicado da Sejuc abaixo)

Ronan Marinho, titular da Sejuc, informou que o Mininistério da Justiça comunicou o governo sobre a retirada da tropa em um documento enviado à pasta na segunda-feira (22). Ele disse que cerca de 39 agentes da Força Nacional estavam no estado até esta terça.

“Disseram que por ordem do coordenador, a tropa estava sendo desmobilizada do estado. […] mas isso é perfeitamente contornável”, afirmou.

Ele disse ainda que dezembro de 2017 o governo do estado enviou outro ofício ao Ministério da Justiça pedindo a atuação da Força Tarefa de Intervenção Prisional em Roraima.

O G1 voltou a fazer contato com a assessoria de comunicação do Ministério da Justiça acerca do pedido feito pelo estado em agosto, mas as ligações não foram atendidas.

Viaturas da Força Nacional foram vistas na BR-174 Norte /Foto: Emily Costa/G1 RR

Força Nacional em Roraima

Os homens da Força Nacional chegaram a Roraima em janeiro de 2017, quando ocorreu o massacre de 33 presos na penitenciária. Porém, a atuação deles era restrita à vigilância externa do presídio.

Após a fuga dos presos na última sexta (19), a Polícia Civil abriu investigação para apurar a atuação da Força Nacional no caso, porque segundo a Sejuc, os agentes deveriam estar a menos de 50 metros do túnel por onde os detentos escaparam.

A fuga em massa, segundo a Sejuc, foi organizada por uma facção e pessoas que estavam do lado de fora do presídio provocaram uma pane elétrica na unidade, facilitando a saída de 92 presos da unidade, incluindo íderes de uma organização criminosa.

Veja comunicado da Sejuc

Em agosto do ano passado, o Governo de Roraima enviou ofício ao Ministério da Justiça solicitando a prorrogação da permanência da Força Nacional de Segurança (FNS) no Estado, por mais 180 dias.

O documento, de número 228/2017, foi protocolado no dia 8 de agosto no Ministério da Justiça. Apesar disso, a assessoria de imprensa do Ministério divulgou nota no último final de semana, afirmando que o governo não havia solicitado a prorrogação da operação, o que não procede.

Conforme informado pela Casa Civil do governo, até a presente data, não houve manifestação oficial em relação ao ofício 228. O efetivo da FNS estava em Roraima há um ano, atuando no patrulhamento do perímetro externo da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. Inicialmente foram enviados cerca de 100 agentes, depois esse número caiu pela metade. A FNS encerrou as atividades em Roraima nesta segunda-feira, 22.

Além de solicitar a prorrogação da atuação da FNS, em dezembro do ano passado a governadora Suely Campos enviou outro ofício ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, dessa vez solicitando que fosse enviada para o Estado uma equipe da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária, pelo prazo de 180 dias, para atuar dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.

O pedido foi justificado pelas possibilidades de haver agressões e tumultos por parte dos presos decorrentes da precariedade das instalações de algumas alas, além da reforma realizada na unidade prisional, que torna a situação mais vulnerável por causa da presença de operários dentro do presídio. Para trabalhar, os operários precisam de escolta permanente.

Outro ponto que fundamentou o pedido foi a atuação da FNS, limitada ao perímetro externo do presídio, conforme especificado no documento de designação do efetivo. Já a Força Tarefa de Intervenção Penitenciária age inclusive dentro dos presídios.

A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) acredita que o pedido será atendido e que os agentes penitenciários federais deverão chegar a Roraima no mês de fevereiro.

Fonte: G1

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