Gasolina tem alta pela 2ª vez em uma semana e atinge o maior valor do século

A gasolina atinge o maior preço do século, para os consumidores - foto: recorte/recuperada

Os preços dos combustíveis voltaram a subir no mercado brasileiro, na semana passada, após o novo reajuste da Petrobras nas refinarias.


De acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o litro do diesel S-10, com menor teor de enxofre, subiu 4,8% em relação à semana anterior, para um valor médio, na bomba, de R$ 5,29.

Já o litro da Gasolina aumentou 3,15%, para R$ 6,562. Com isso, outubro se tornou o mês mais caro deste século para os consumidores da gasolina. A expectativa é que a pressão inflacionária se acentue ainda mais em novembro, de acordo com analistas.

Depois de uma contração sem precedentes na demanda global por combustíveis em 2020, diante da eclosão da pandemia de covid-19, os preços das commodities começam a refletir a recuperação da economia e vivem uma forte valorização este ano. O consumidor brasileiro tem se deparado com uma inflação geral em todos os combustíveis.

Para os motoristas que abastecem os veículos flex fluel, a gasolina acumula uma alta de 45,3% no ano, nos postos. De acordo com dados da ANP, o derivado atingiu em outubro um preço médio de R$ 6,341, o patamar mais alto deste século, tanto em valores nominais quanto reais (ajustado à inflação), segundo o monitor de preços do Observatório Social da Petrobras (OSP), entidade de pesquisa ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), ao Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e ao Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese).

Enquanto isso, o etanol hidratado, principal alternativa ao combustível fóssil, vive uma inflação ainda pior, de 59,3%. A exemplo da gasolina, suscetível às oscilações do petróleo e do câmbio no mercado internacional, o biocombustível também não está alheio às influências da economia global, no caso à dinâmica do mercado de açúcar. O gás natural veicular (GNV), atrelado à dinâmica do mercado de petróleo, por sua vez, acumula um aumento de 33,1% nos postos brasileiros, em 2021.

Já o preço do diesel S-10, derivado com menor teor de enxofre, acumula, no ano, um aumento de 42,3% nas bombas. Em outubro, o valor médio do litro vendido nos postos foi de R$ 5,096, segundo a ANP, valor mais alto desde 2012, quando o produto começou a ser vendido no Brasil, aponta a OSP.

Já o gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, acumula uma alta, para o consumidor, de 35,5%. O botijão de 13 quilos (P-13), o mais popular, foi vendido, em outubro, em média, a R$ 100,79 – patamar recorde no século, segundo o OSP.

Na semana passada, a Petrobras aumentou em 7% o diesel nas refinarias, o que representa impacto para o consumidor de R$ 0,24 no litro do derivado, se o reajuste for repassado integralmente pelos demais elos da cadeia. Já a gasolina foi reajustada em 9,15%, com impacto potencial de R$ 0,15 por litro no preço final do combustível. O valor cobrado pela companhia, nas refinarias, responde por 35,5% do preço final da gasolina. No diesel, essa parcela é de 55,8%.

André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), diz que o impacto da gasolina na bomba pode ficar em 3%. Caso esse reajuste se confirme, haverá um impacto de 0,18 ponto percentual no IPCA de novembro, uma vez que a gasolina compromete 6% do orçamento familiar.

Valor

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