
O Brasil, assim como alguns Estados e municípios, continua estupidamente mal administrado, um custo elevadíssimo para segurar a máquina governamental. Há necessidade de se elaborar um programa de formação e desenvolvimento de novos executivos públicos, inspirado na iniciativa privada, como estratégia de se fazer a sucessão de gestores.
Em cada cidade brasileira a estrutura da prefeitura é maior do que a de muitas multinacionais e isso sem incluir os gastos com os vereadores. Juscelino, na década de 50, quando assumiu a Presidência da República, encontrou uma fórmula eficaz, mesmo a um preço alto. Criou um governo paralelo. Se fosse depender da viciada máquina governamental e do apoio dos políticos, não teria realizado uma notável gestão. Estou convencido que um dos caminhos para se promover o crescimento brasileiro com a participação do Estado é profissionalizar a gestão governamental. Mas não com os administradores existentes, a maioria habituada ao ritual da politicagem. E como seria esta formação? Seria calcada em módulos cuja meta central repousaria no desenvolvimento individual dos participantes e não no cognitivo, muito menos em aulinhas convencionais de administração.
O candidato, caso motivado em contribuir com o País via participação na administração pública, seria orientado a fazer avaliações da conjuntura mundial e nacional, evitando o hábito dos gestores que ficam trancados em salinhas, tocando papéis, rotinas e atendendo aos pedidos dos políticos. Esse programa solicitaria aos participantes uma cota mensal de leitura de livros de qualidade. Com isso, o serviço público seria conduzido por uma elite de gestão com consistência e profundidade intelectual (não confundir com a pomposidade acadêmica). O novo executivo seria estimulado à pós-graduar-se em universidades de conceito. Outros módulos seriam ministrados, para formar futuras gerações de líderes e administradores. A médio e longo prazos, o Brasil teria executivos e líderes governamentais com uma preparação primorosa.