Gilberto teria 86 anos de vida, e ainda contribuiria com o AM

Gilberto Mestrinho, Chico Preto e Silvio Batista(F)

Gilberto Mestrinho, Chico Preto e Silvio Batista(F)


Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo nasceu em 23 de fevereiro de 1928 e faleceu 19 de julho de 2009, foi industrial, auditor fiscal e político brasileiro, com base eleitoral no Amazonas, tendo sido prefeito de Manaus e a seguir governador do Amazonas por três vezes.

Filho do casal Tomé de Medeiros Raposo e Balbina Mestrinho de Medeiros Raposo.  Foi prefeito de Manaus  (1956-1958) durante o governo Plínio Coelho de quem foi Secretário de Economia e Finanças ao deixar a prefeitura. Filiado ao PTB foi eleito governador do Amazonas em 1958.1 Durante seu mandato transferiu seu domicílio eleitoral para o Território Federal do Rio Branco2 e foi eleito deputado federal em 1962, sem que precisasse renunciar ao governo. Sua trajetória política, entretanto, foi interrompida pelo “Ato Institucional Número Um” que cassou o seu mandato em 9 de abril de 1964 na primeira leva de expurgos ditada pelos militares. Gilberto Mestrinho passou então a residir no Rio de Janeiro, “proibido”que era voltar para o Amazonas.

Com o fim do bipartidarismo mediante a reforma política aprovada pelo governo João Figueiredo em novembro de 1979 , retornou ao meio político com uma breve passagem pelo PTB antes de integrar-se ao PMDB, mudança ocorrida em razão da proibição das coligações partidárias, o que tornou vulnerável sua opção anterior. Em 1982 foi eleito governador do Amazonas no primeiro pleito direto em vinte anos. Sua ação como administrador permitiu a vitória de seu candidato Manoel Ribeiro à prefeitura de manaus em 19853 e a eleição de Amazonino Mendes (Negão)  como seu sucessor em 1986. Tais fatos, porém, não o livraram de uma derrota em 1988 quando perdeu a prefeitura de Manaus para o então candidato do PSB, hoje Prefeito novamente de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB).

Eleito para o seu segundo mandato de governador em 1990 cumpriu integralmente seu mandato e em 1998 foi eleito senador pelo Amazonas. Na Câmara Alta do Parlamento  foi três vezes consecutivas (1999-2007) presidente da Comissão Mista de Orçamento.

Em 20/12/2006Gilberto Mestrinho recebeu a maior honraria da Câmara Municipal de Manaus, a Medalha de Ouro Cidade de Manaus. Tal reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à população amazonense ao longo de mais de 50 anos de vida pública, foi proposta pelo então Presidente da Câmara Municipal de Manaus, hoje Deputado Estadual, Marco AntônioChico Preto, atual pré-candidato ao Governo do Estado pelo PMN. Apesar de tantos anos na vida pública, o ex-Senador Gilberto somente naquele dia teve um reconhecimento formal pelo Legislativo Municipal. Na Sessão Solene – entre outros – estiveram presentes o então Governador Eduardo Braga, atual Senador e pré-candidato ao Governo, o então Prefeito de Manaus Serafim Corrêa e o atual Vice-Governador e pré-candidato ao Governo, José Melo.

A cena maior foi o pronunciamento do então Presidente Chico Preto, hoje Deputado Estadual. Chico Preto, após justificar sua propositura, deixou-se trair pela emoção, não escondeu o carinho, respeito e admiração pelo “Boto Navegador”, ao final, CHOROU; foi o choro do reconhecimento, a expressão de amor por quem jamais será esquecido no Amazonas. Aliás, o apóstolo Paulo ensinando aos Romanos 13:7, diz: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.”

Gilberto Mestrinho recebeu o merecido respeito, o carinho e dedicação de Chico Preto, mas tenho certeza absoluta, que a melhor das homenagens não foi um pedaço de metal, mas as lágrimas que nasceram no coração e foram extravasadas pelos olhos do amigo Chico Preto. O CHORO DO RECONHECIMENTO é algo impagável, pois foi conquistado pela história de vida do nosso Boto, em exclusiva dedicação aos interesses do Amazonas.

O então Governador Eduardo Braga, também em discurso emocionado, fez registrar que o Amazonas vem colhendo os frutos das sementes plantadas por Gilberto.

Fiz também, na oportunidade, minha singela homenagem e faço registrar que em minha memória estará sempre presente a célebre frase de uma música gravada em um LP de campanha de 45 rotações: “Gilberto é amigo das crianças, Gilberto é a nossa esperança…”. De fato, Gilberto Mestrinho foi esperança e tornou-se realidade, pois realizou e cumpriu seus ideais em benefício do Amazonas.

O maior desafio na vida de um líder não consiste em ganhar fama, mas sim em conservar suas amizades. Gilberto atravessou o tempo, rompeu as barreiras da modernidade e conservou amigos do início de sua carreira. Fez muito mais depois dos momento de juventude, conquista novos amigos como Chico Preto, o qual, apenas naquelas eleições, teve proximidade com ele, mas o alicerce da verdadeira amizade foi selada em 20/12/2006 com o CHORO DO RECONHECIMENTO, pois o homem de bem não precisa esconder suas emoções, pois elas são as bases para se fazer justiça.

A morte de Mestrinho abalou a classe política do país

 O saudoso Gilberto Mestrinho, morreu aos 81 anos no Hospital Prontocord, em Manaus, onde ficou internado por mais de duas semanas por conta de uma infecção nos rins. Os amigos mais próximos disseram que ele sabia o que estava para acontecer, poderia ir para o melhor hospital do mundo, mas preferiu morrer em sua terra amada.

A notícia da morte de Gilberto Mestrinho abalou a classe política do país e inúmeros políticos afirmaram que Mestrinho deixou um legado onde se sobressai a sua habilidade e a visão política, mas, sobretudo, a enorme capacidade de compreensão e paciência. Gilberto foi conhecido até por uma música que dizia “Gilberto é amigo das crianças …”, o que, certamente, tenha cooperado para sua longevidade política.

Nas saudosas campanhas dos palanques políticos e praças públicas, a voz de Mestrinho baixa, calma e temperada, paradoxalmente, ecoava: “amazonenses…!”, levando o povo ao delírio, mas consciente, de quem sabia o amor de Gilberto pelo Amazonas.(Silvio da Costa Bringel Batista)


Artigo anteriorExpresso: é igual a tirar a roupa de um santo para vestir o outro
Próximo artigoTrabalhadores rurais elegem Alfredo Pontes para a Fetagri

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui