Ao explicar sua fala de que o Senado não tem moral para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) decidiu se incluir no grupo sem condições de avaliar os crimes pelos quais a petista é acusada. A frase deu início a uma discussão em plenário na manhã de quinta-feira (25) e voltou ser polêmica na sessão de ontem, sexta-feira (26).
“Não me arrependo (de afirmar que a Casa não tem moral). O Senado não tem moral para julgar a presidente Dilma. Uma parte grande dos senadores está respondendo a processo, inclusive eu”, disse Gleisi. “Me incluo nisso”, afirmou. E complementou: “Estou apontando o dedo para uma pessoa, tem três apontados para mim.”
Gleisi e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após a investigação policial concluir que os dois receberam R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras. Eles negam irregularidades.
Arrependido
Na tarde de ontem, sexta-feira, Gleisi ligou para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar desfazer o mal-estar entre os dois após o embate no plenário, mas ele não atendeu o telefone. A petista diz ter deixado um recado para o peemedebista. Renan, por sua vez, afirma que não viu a ligação. “Se bem conheço, estou muito mais chateado do que ela”, afirmou.
Desde o embate, o peemedebista montou com assessores uma ação de contenção de danos. “Eu morro de arrependimento quando isso acontece”, disse Renan.(iG/Estadão)