Gleisi & Grazziotin – maridos na berlinda(Por Paulo Figueiredo)

Advogado Paulo Figueiredo(AM)

As senadoras Gleisi Hoffmann  e Vanessa Grazziotin, como se fossem irmãs siamesas, jogam juntas e íntimas na tropa de choque em defesa do mandato de Dilma Rousseff. Ousadas, agressivas e desafiadoras, valem-se de sua condição feminina, da extrema paciência e da cordialidade do presidente da Comissão de Impeachment do Senado. Adotam comportamento obstinado e repulsivo, um discurso repetitivo e enfadonho, destinado com exclusividade aos simpatizantes e acólitos do lulopetismo, em franco declínio. Procuram sempre ganhar no grito.
Hoje, aonde chegam, especialmente em seus Estados de origem ou que representam no Senado, são recebidas com apupos. E as pesquisas ou sondagens de opinião já registram elevadíssimos índices de rejeição a seus nomes, fato que certamente implicará em inevitável e fragorosa derrota nas próximas eleições que possam disputar. Após serem eleitas para o Senado, em pleito atípico, realizado ainda sob influência do equivocado prestígio de Lula da Silva, as duas já experimentaram expressivo fracasso, como candidatas nas últimas eleições ao comando das prefeituras de Curitiba e Manaus.


Sem nenhum acaso, acredita-se, há também entre elas marcada identidade em relação a seus maridos, ambos na berlinda, sob pesadas acusações de corrupção e outras fraudes. Enquanto o marido de Gleisi, Paulo Bernardo, acaba de ser preso em São Paulo, em operação derivada da Lava-Jato; sobre o marido de Grazziotin, Eron Bezerra, pesa condenação por improbidade administrativa, com suspensão de direitos políticos por oito anos, em decisão da Justiça amazonense. Em qualquer hipótese, tem-se em cada um dos casais, de modo particularizado, uma estreita e longa unidade de pensame nto e ação, externada via PT e PC do B, com as características singulares de suas respectivas legendas partidárias.

Os ilícitos que teriam sido praticados pelos implicados revestem-se de extrema gravidade. Um, em fase avançada de apuração, com  provas robustas, segundo o Ministério Público e a Polícia Federal de São Paulo; e  outro, com sentença condenatória já prolatada. Os dois casos revelam a face negra e putrefata da atuação da esquerda no Brasil. Paulo Bernardo é acusado de ter tungado importâncias de vencimentos e proventos de servidores públicos, apanhados em momento de dificuldade financeira pessoal e familiar, via empréstimos consignados, em manobra orquestrada quando era ministro do Planejamento do governo Lula. É incrível, o absurdo dos absurdos, um membro proeminente do PT apropriando-se criminosamente de minguados recursos de pobres e indefesos trabalhadores. Eron Bezerra é apenado porque teria contratado ilegalmente serviços de empresas terceirizadas para trabalhos que deveriam ser realizados exclusivamente por funcionários públicos, quando titular da Secretaria de Produção Rural do Estado do Amazonas. Em situação periclitante ou das mais embaraçosas, Bezerra, multado em mais de um milhão de reais, foi agora lançado candidato a prefeito de Manaus pelo PC do B e diz que vai recorrer da decisão judicial.

Em toda a tragédia lulopetista, no submundo da ação política corrupta e de balcão, talvez vista com alguma normalidade por eles e elas, como coisa típica da moral burguesa, num ponto Gleisi e Grazziotin diferem. Gleisi Hoffmann, mesmo profundamente abatida, insiste em defender o marido Paulo Bernardo, como injustiçado, conhecendo suas qualidades e na condição de pai de seus filhos. Ao contrário do que fez Vanessa Grazziotin, que simplesmente virou as costas a Eron Bezerra. Sem nenhuma cerimônia, segundo o jornal O Globo, declarou que “não se envolve em problemas judiciais do marido, que o problema é dele e que tem muitos problemas para cuidar”, exemplo de solidariedade comunista e esponsal.

Bem, de uma ou de outra forma, ainda que Lula da Silva tenha determinado à comissão de frente contra o impeachment que não se deve ‘abaixar a cabeça’, a partir de seu bunker em São Paulo – o instituto que leva seu nome, é visível o desânimo e a desesperança dos senadores que a integram. No frigir dos ovos, até quando os senadores Lindbergh Farias, já citado na Lava-Jato, Gleisi Hoffmann, com o marido preso, Vanessa Grazziotin, Fátima Bezerra e José Pimentel resistirão, diante da podridão que toma conta da república lulopetista?

No episódio de busca e apreensão determinada pelo juiz paulista, Paulo Bueno de Azevedo, no apartamento funcional de Gleisi, mostra-se mais uma vez deplorável o comportamento do presidente do Senado, o suspeitíssimo Renan Calheiros, ao se insurgir contra a medida em reclamação perante o Supremo Tribunal Federal. Trata-se de atitude corporativista, consagradora de privilégios inadmissíveis nos dias atuais, que tornam inalcançável a residência de Suas Excelências, como príncipes de um mandarinato em pleno século XXI.(Paulo Figueiredo – Advogado, Escritor e Comentarista Político – [email protected])

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