Governador leva saneamento para mais de 50% das residências de Maués

Wilson Lima inaugura ProsaiMaués - Foto: Diego Peres/Secom

O governador do Amazonas, Wilson Lima, entregou, neste sábado (19/10), as obras do Programa de Saneamento Integrado de Maués (ProsaiMaués), que representam a maior intervenção urbanística, socioambiental e de saneamento básico já realizada no interior do estado. O município (a 276 quilômetros de Manaus) passa a ser modelo no Amazonas ao receber mais de 50% de cobertura de rede de tratamento de esgoto, a maior entre os municípios amazonenses.


De acordo com dados do último levantamento feito pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do ano de 2017, o Amazonas estava na penúltima faixa de cobertura de rede coletora de esgoto, de 10% a 20%, uma das menores do país. Com o ProsaiMaués inaugurado, o Governo do Amazonas vai melhorar esse índice. A meta é ampliar o programa, que é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

“Hoje é um dia muito importante para o estado do Amazonas e o município de Maués, que dão um salto no que diz respeito ao saneamento básico. E o Governo do Amazonas, de forma muito responsável e entendendo a necessidade do povo do interior, deu continuidade a essa obra. E hoje nos estamos entregando uma obra que garante 50% de esgotamento sanitário e também uma cobertura de distribuição de água de 90% na cidade de Maués”, afirmou Wilson Lima, que assim que chegou ao município neste sábado também participou da inauguração de uma usina termelétrica na cidade.

Mais de 50% das residências de Maués estão ligadas à rede de coleta de esgoto/Foto: Diego Peres/Secom

O evento de inauguração, que contempla entrega de novos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário e obras de revitalização e urbanização, contou com a participação do vice-governador, Carlos Almeida Filho, e do prefeito de Maués, Junior Leite, além de secretários, deputados e deputadas estaduais.

Investimento – O ProsaiMaués está sendo entregue à população de Maués, de 63.905 habitantes, seis anos depois da assinatura do contrato do Governo do Amazonas com o BID, firmado em 2013. Desde lá, a obra se arrastou por vários governos e, nos primeiros nove meses deste ano, foi concluída. O investimento totalizou US$ 35 milhões, sendo US$ 24,5 milhões do BID e US$ 10,5 milhões de contrapartida do Governo do Estado. O programa também recebeu apoio institucional da Prefeitura de Maués.

“Só com a criação de emprego e renda de forma direta, com as obras, o Prosai trouxe prosperidade e avanço para diversas famílias, sem contar na questão ambiental e qualidade de vida e de saúde que essa obra representa como um todo, além de consolidar Maués, que já é uma cidade muito bonita naturalmente, e que agora ficou ainda mais bonita com toda essa urbanização das obras do Prosai.”, afirmou o prefeito Junior Leite.

Por meio do programa, executado pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), do Governo do Amazonas, foram urbanizadas as lagoas do Maresia e do Prata, novos cartões postais de Maués. Também foram construídos e recuperados sistemas de captação, armazenamento e distribuição de água. O investimento contemplou, ainda, a recuperação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e da rede de esgoto do município.

Foto: Diego Peres/Secom

Saneamento básico – Foram implantados mais de 18 mil metros de rede de coleta de esgoto e recuperados outros 13 mil metros de redes já existentes, que se encontravam danificadas e assoreadas. Mais de 50% das residências do município estão ligadas à rede de coleta de esgoto para que os efluentes das casas sejam destinados até as estações elevatórias e, posteriormente, à ETE, que foi recuperada e equipada com as bombas e demais equipamentos necessários para o tratamento de esgoto.

“Por enquanto, o município de Maués vai ter 50% de esgotamento sanitário, que já é um recorde para cidades no interior da Amazônia, mas a estação de tratamento que nós temos é uma estação que tem capacidade para receber todo o esgotamento sanitário da cidade, e a gente depois vai avançar para que a gente consiga, essa é a nossa meta, fazer com que 100% do município de Maués tenha esgotamento sanitário”, afirmou o governador.

O município agora conta com sete estações elevatórias de esgoto, que são modernos sistemas de bombeamento responsáveis por fazer o envio dos efluentes das residências até ETE. As estações elevatórias estão localizadas nos bairros do Éden, Mario Fonseca, Ramalho Junior, Centro, Maresia e Santa Luzia.

“Aquela água de esgoto que é despejada ali (ETE) era água de esgoto que iria para o rio e também estava sendo depositada nas duas lagoas. Nesse caso aqui, específico, temos uma elevatória que também pega essa água de esgoto e faz com que essa água chegue até a estação de tratamento. Então a gente está preservando, também, o meio ambiente, está adotando boas práticas”, ressaltou Wilson Lima, durante entrevista coletiva concedida na terceira estação elevatória de esgoto da cidade.

Foto: Diego Peres/Secom

Conforme dados do relatório do setor ambiental da UGPE, 127,5 mil litros de esgoto deixarão de ser lançados por dia nas lagoas do Maresia e do Prata. Esse dado é com base na taxa per capita de 150l/hab/dia da norma ABNT NBR 9649.

Captação e distribuição de água – Por meio do ProsaiMaués, o Governo construiu sete poços (sendo seis poços de 80m e um poço de 60m) para captação de água potável para a população que reside na área urbana do município. Também foram construídos cinco novos reservatórios de água, nos bairros do Ramalho Junior, Santa Luzia e Maresia.

As obras aumentaram em sete vezes a capacidade de armazenamento de água do município, saltando de 227m³ para 1.700m³ de capacidade de reserva, o que dá aos moradores segurança de abastecimento regular.

Antes do programa, Maués possuía um único reservatório, na lagoa do Maresia, com capacidade de armazenar 227m³ de água. Por causa de constantes quedas de energia elétrica, esse reservatório não armazenava água suficiente para atender a população, que sofria com o desabastecimento.

Intervenções Urbanísticas – O Governo do Amazonas também revitalizou, com o ProsaiMaués, o entorno das lagoas do Maresia e do Prata, criando ambientes dotados de equipamentos públicos como áreas de caminhada, academia ao ar livre, ciclovias, bicicletários e quadras esportivas. As duas lagoas receberam obras de paisagismo e arborização, além de estacionamento e iluminação de LED.

Foto: Diego Peres/Secom

“Essa é uma obra que tem um impacto muito significativo, porque a gente tá investindo na base, no saneamento básico, a gente tá falando do básico, e a partir daí a gente tem possibilidade de aumentar o potencial turístico dessa região, que tem atrativos naturais de sobra, como a questão da pesca esportiva, das praias, do da questão do guaraná”, disse Wilson Lima, ao anunciar outra perspectiva de atividade econômica para o município.

“A gente também deve lançar, até o fim desse ano, edital para concessão de florestas, para que sejam exploradas de forma sustentável, madeira, óleos, castanhas e outros produtos da floresta, gerando emprego e renda para esse povo”, antecipou.

Na Lagoa da Maresia foi revitalizada uma área de 49 mil metros quadrados, valorizando o espaço, que fica na orla de Maués e é considerado cartão postal da cidade, fomentando o turismo. Os quiosques na área foram reformados e os permissionários que vão ocupar os espaços poderão vender alimentos e artesanato, entre outros produtos e serviços.

Na Lagoa do Prata, foi urbanizada uma área de 11,2 mil metros quadrados, que se transformou em espaço de convívio social e de prática de esportes. No local é possível encontrar três seringueiras preservadas, bem como ipês, pau pretinho, entre outras espécies.

Reassentamentos – Na área social, o ProsaiMaués viabilizou 208 soluções de reassentamento para as pessoas que viviam sob o risco de contaminação em áreas alagadiças e demais problemas ocasionados pelo lixo e esgoto a céu aberto. Sob a supervisão da equipe do programa, as famílias saíram do entorno das lagoas do Prata e Maresia e foram reassentadas em moradias dotadas de infraestrutura socioambiental adequadas.

Foto: Diego Peres/Secom

A cozinheira autônoma Cecília Costa Viana, de 54 anos, morava em uma casa de madeira na beira do igarapé e foi uma das beneficiadas pelo ProsaiMaués. Atualmente, ela continua no mesmo terreno da família, mas em uma área fora de risco e próximo às intervenções do programa.

“Eu morei lá porque passou 15 anos que esse igarapé não enchia, então eu casei e construímos nossa casa lá. Só que depois de 15 anos voltou a enchente, aí começou tudo de novo, aquela agonia. Quando chovia, chuvas fortes, a gente ficava com medo de alagar a casa, como umas duas vezes foi para o fundo, com uma chuva torrencial que houve”, afirmou.

As soluções contemplaram permutas de moradias por terrenos, por casa vizinha e por bônus moradia, essa última com aquisição, pelo programa, de imóvel residencial de até R$ 40 mil. Também contemplaram indenizações para proprietários moradores e para proprietários/possuidores não moradores.

“Eu me sinto muito realizada de estar aqui. Não saí da área totalmente, ganhei uma área bonita, uma pista muito bonita, bem trabalhada, então eu só tenho a agradecer, agradecer a Deus, aos meus pais que batalharam muito por esse terreno”, disse a cozinheira, que pretende abrir um restaurante no próprio terreno.

O programa atendeu ainda pessoas que viviam sem as mínimas condições de saneamento básico, alcançando diretamente 1.472 famílias com a aplicação de ligações intradomiciliares de esgoto e a construção de 39 banheiros nas casas que não possuíam estrutura hidrosanitária.

“Saiu muita gente que vivia de forma precária, como eu vivia, e estão morando em situações melhores, condições muito melhores e pra cidade é louvável, porque o turismo, hoje tem o que o turista ver na cidade, não é aquela coisa, aquele igarapé sujo, mas a maioria tá muito bonita. Então isso para nós, moradores de Maués, é muito bom”, afirmou Cecília.

Iluminação de LED – Por meio de meta adicional do ProsaiMaués, também com apoio do BID, toda a cidade recebeu iluminação de LED, o que irá trazer uma economia de aproximadamente 40% na conta de energia da iluminação pública do município. Outra vantagem é a durabilidade dessas lâmpadas, que têm uma vida útil de até 10 anos.

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