Governo Bolsonaro corta R$ 1 bi do orçamento da Educação Básica para 2023

Governo federal corta R$ 1 bi para orçamento da Educação Básica, além dos cortes para Farmácia Popular, Moradia, Saúde Básica para 2023 – foto: recorte/recuperada

Educação Infantil pode perder 96% do orçamento e EJA, 56% da verba em comparação a este ano, alerta Movimento Todos pela Educação.


O orçamento geral do Ministério da Educação (MEC) deve ganhar 7% a mais de verbas em 2023 em comparação com 2022, mas a educação básica, que contempla Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), pode perder R$ 1 bilhão, segundo proposta de orçamento para o ano que vem enviada pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional na última quarta-feira (31).

Segundo a proposta do governo Bolsonaro, o MEC terá à disposição R$ 147,4 bilhões iniciais no ano que vem, cerca de R$ 10 bilhões a mais do que neste ano.

Todavia, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), uma das principais políticas a financiar a educação básica brasileira, pode perder R$ 993 milhões em 2023. 

Os maiores cortes propostos pelo governo federal são na Educação Infantil, com projeção de apenas R$ 5 bilhões para o ano que vem, uma redução de 96% em comparação ao ano passado; e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), com R$ 16,8 bilhões para 2023, um corte de 56%.

Congresso

Todos os anos, o governo federal deve obrigatoriamente projetar seus gastos do ano seguinte e enviar um plano de orçamento para a aprovação de parlamentares – é o chamado Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Políticos, então, analisam as ideias de gastos da União e decidem se confirmam ou alteram os valores.

A perspectiva é de cortes também nos programas de compra de livros didáticos, de investimentos em infraestrutura da etapa e de compra de veículos de transporte estudantil.

Por outro lado, o governo federal pretende aumentar as verbas para bolsas de apoio à educação básica, avaliações da Educação Básica e instituições federais de educação básica.

Houve um pequeno aumento na projeção de investimentos da Educação Especial, que contaria com R$ 42,4 milhões no ano que vem. O tema é uma das bandeiras da primeira-dama Michelle Bolsonaro, esposa do presidente.

Os dados provêm de nota técnica emitida nesta segunda-feira (5) pelo Movimento Todos pela Educação – uma das instituições sem fins lucrativos mais respeitadas do país que luta pela melhora do ensino básico. A entidade analisou os planos de investimentos do governo federal em 2023.

Segundo a nota técnica, o orçamento do MEC crescerá 7% no ano que vem devido ao aumento estipulado em lei no repasse de verbas para o Novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e pelo Programa Dinheiro Direto na Escola. No entanto, os cortes na Educação Infantil e no EJA trarão prejuízos para estudantes, alerta a entidade.

“Reduzir as outras despesas do MEC em função do aumento do Fundeb significaria minimizar ou até anular os ganhos que o novo formato do fundo traz para a Educação brasileira. As políticas que advêm dessas iniciativas não podem ser totalmente dependentes de emendas parlamentares”, diz a entidade, em referência à dependência das verbas de deputados federais.

A entidade ainda pede que o Congresso Nacional “se dedique a estudar e reforçar o orçamento do MEC de forma a recompor, especialmente, o orçamento discricionário do FNDE para a Educação Básica, mais atingido pela proposta apresentada pelo governo federal”.

A reportagem pediu contraponto do MEC e aguarda retorno, até hoje.

GZH Educação e Trabalho

Artigo anteriorBraga ainda usa a ‘velha e manjada’ manipulação de entrevista, contra adversário (vídeo)
Próximo artigoDelegado que garantiu ‘ganhar eleição na bala’, já participou de grupo de tortura

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui