
AFP / ANATOLIY STEPANOV
Grupos separatistas pró-Rússia enfrentaram novamente o governo interino da Ucrânia e ignoraram um ultimato para abandonar edifícios ocupados no leste do país. Na segunda-feira (14), os militantes também atacaram a sede do Ministério do Interior em Gorlovka e o prédio da polícia de Horlivka, cidades localizadas na região de Donetsk.
O levante de homens armados e uniformizados, que ocuparam edifícios em cidades no leste da Ucrânia, começou oito dias atrás e se acelerou nas últimas 48 horas. Os separatistas vêm tomando cada vez mais instalações em nome de uma auto-proclamada “República Popular de Donetsk”.
Kiev afirma que os separatistas são organizados por Moscou e incluem tropas russas, procurando repetir abertamente a tomada da região da Crimeia, que Moscou ocupou e anexou no mês passado.
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A Rússia diz que os homens armados são gente local agindo por conta própria, mas mantém o direito de intervir para protegê-los. A Otan diz que a Rússia tem dezenas de milhares de soldados reunidos na fronteira.
A União Europeia ameaçou a Rússia com mais sanções. A Grã-Bretanha diz que Moscou está claramente por trás da instabilidade ucraniana, embora outros países da UE tenham dito que se deve dar mais tempo à diplomacia.
Ao todo, os separatistas ocuparam edifícios governamentais e instalações de segurança em dez cidades, o que aumento a sensação de que o coração industrial da Ucrânia está escapando de seu controle.
Ainda na segunda-feira, o presidente interino da Ucrânia, Alexander Turchinov, deu um passo arriscado para tentar minar as exigências dos rebeldes e sugeriu a possibilidade de organizar um referendo sobre o status do país no mesmo dia das eleições presidenciais, previstas para 25 de maio.
“Nos últimos dias se falou muito sobre um referendo nacional. Não somos contrários à celebração de um referendo em toda a Ucrânia que, se o Parlamento decidir, poderia acontecer no mesmo dia das eleições presidenciais”, declarou Turchinov durante uma reunião de líderes dos grupos políticos no Parlamento.
Os separatistas pró-Rússia querem a realização de referendos, mas somente em suas regiões do leste, o que Kiev diz ser ilegal.