Na noite desta quarta-feira, dia 7, em uma sala do segundo andar do Palacete Provincial, prédio da Praça Heliodoro Balbi, antiga praça da Polícia no centro de Manaus, o atual secretário estadual de Cultura, Denilson Novo, tentava explicar para cerca de 50 artistas locais que a realização do Festival de Dança ainda está indefinida.
O motivo: o congelamento de verbas de todas as secretarias estaduais para garantir o “reequilíbrio financeiro do estado” conforme palavras do próprio secretário.
“Após o período das eleições, nós comemoramos internamente porque poderíamos fazer tudo que estava amarrado, mas fomos surpreendidos com um novo cenário que não está restrito somente a Secretaria de Cultura, mas sim a todas as secretarias de estado“, disse Denilson na reunião.
O secretário da SEC disse estar aguardando a liberação de uma verba da “Fonte 100” e que na próxima sexta-feira, dia 9, deverá ter uma resposta para a classe artística.
O 8º Festival de Dança seria realizado de 18 a 24 de novembro com a participação de 29 grupos de dança locais. As inscrições foram realizadas em maio deste ano e segundo a organização, no último dia 5 de outubro, eles receberam a notícia do congelamento da verba que seria destinado ao Festival.
Inconformados com a “falta de prestígio e de respeito com a classe artística”, os profissionais recusaram-se a estabelecer um acordo proposto para que o Festival fosse realizado mesmo sem o repasse de verbas públicas. “Eu não trabalho de graça”, disse um dos presentes na reunião.
Na tentativa de justificar a decisão do governador Amazonino Mendes, derrotado nas urnas nestas eleições, Denilson
Novo passou por várias “saias justas” durante o encontro com os artistas. “Quem mandou cortar a verba? Quem?. Retirar nossa verba fará alguma diferença para tapar o buraco do estado?. O governador perdeu as eleições e acabou com os festivais de cultura?”, perguntou uma das participantes.
Uma nova reunião da classe deverá ser realizada nesta quinta-feira, dia 6.