Governo não explicou a presença de traficante fardado na comitiva de Bolsonaro

O comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, precisa vir a público explicar como pode um sargento da FAB transportar 39 quilos de cocaína para Sevilha, na Espanha, na aeronave reserva da comitiva do presidente da República que estava em viagem para o Japão.


Além do militar, outros 21 representantes das Forças Armadas estavam na Aeronave oficial. Heleno, que há uma semana bateu na mesa e defendeu “prisão perpétua” para ex-presidentes envolvidos em crimes, deveria expor se no caso do sargento traficante a punição será apenas para ele, mas também aos que se acumpliciaram, se omitiram, permitiram ou trataram com indiferença a bagagem do sargento.

Enquanto a imprensa local, especialmente as TVs, esconderam o assunto no seu noticiário, que ficou restrito a sites e mídias sociais, no exterior o caso ganhou ampla repercussão. O espanhol El País entrou no assunto com estardalhaço e confirmou que o militar passou pelo Raio-X e abriu sua maleta como se não temesse a revista.

Havia 29 tabletes com cocaína pura (que poderiam ainda ser misturadas) e que nem sequer estavam escondidas. Com isso há suspeitas de que ele não temia ser revistado.

Após a sua detenção, o militar, cujo nome tem sido preservado, foi transferido para a sede do Comando da capital da Andaluzia, de onde passará na próxima quinta-feira uma acusação judicial acusada de um crime contra a saúde pública.

O site da BBC também repercutiu o caso com espanto. Lembrou que a detenção do militar brasileiro ocorreu durante um controle aduaneiro de rotina. O avião da FAB é um modelo Embraer 190, do Grupo Especial de Transporte da FAB.

Segundo a Guarda Civil, força da polícia espanhola responsável pelo controle aduaneiro, a droga estava dividida em 37 pacotes dentro da bagagem de mão do militar M. S. R., 38 anos, casado.

Segundo o jornal andaluz Diario Sur, investigadores acreditam que o destino final da cocaína fosse a Espanha.

Caso anterior

Não é a primeira vez que um membro da FAB é acusado de usar a condição de militar para o tráfico de drogas na Espanha, segundo o jornal espanhol El País.

Em abril, o Superior Tribunal Militar (STM) brasileiro determinou a expulsão de um tenente-coronel que transportava 33 quilos de cocaína em um avião da FAB, um Hércules C-130, durante uma escala em Palmas de Gran Canaria.

Outros dois militares julgados no mesmo caso já haviam sido expulsos da corporação.
O crime ocorreu em 1999, e o comandante foi condenado a 16 anos de prisão por pertencer a uma rede de tráfico internacional de cocaína usando aviões da FAB.

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