
A Rede GTA alerta para o isolamento de municípios inteiros ao sul do rio Solimões, entre a fronteira com Colômbia e Peru e a divisa com o estado do Pará, afetando moradores urbanos e comunidades rurais e da floresta.
Os rios afluentes em níveis baixíssimos na margem sul – como Javari, Juruá, Purus e Madeira – já afetam mais de 110 mil pessoas nas estimativas oficiais. E impossibilitam o abastecimento e serviços feitos pelos rios no Amazonas e em parte de Rondônia.
O volume de chuvas na região Norte está abaixo da média histórica. No Amazonas, de 62 municípios, 59 enfrentam a estiagem e 15 deles estão em situação de emergência.O nível do rio Negro – um dos maiores afluentes do Rio Amazonas, do lado norte – vem descendo 20 cm por dia, embora menor do que a das grandes secas de 2005 e 2010
Para os povos da floresta, a situação é grave ao impedir serviços como escolas, atendimentos de saúde, comércio de produtos florestais e atividades rurais e agroflorestais. Além do risco de mais incêndios, criminosos ou não.

O temor das comunidades é que a situação se estenda até o próximo ano, com efeitos de um El Niño mais intenso provocado pelo aquecimento global.
“Os governos anunciaram ajuda humanitária. Mas é preciso urgência no combate a mudanças climáticas em todo o mundo e reação a seus efeitos”, diz a coordenadora da Rede GTA, Sila Mesquita.
A morte de botos e de outros peixes em massa, vista em alguns locais, é apontada como falta de oxigenação. Centenas de lagos com pesca manejada por comunidades locais, uma tecnologia social criada por povos da floresta com apoio de entidades técnicas, estão ameaçados.
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