
Como cantaria o saudoso Gonzaguinha, “eu sei que a vida devia ser bem melhor e será (…)”. É por isso que, para aliviar a luta diária dos pacientes internados e garantir a esperança neste momento tão desafiador, o hospital de campanha municipal Gilberto Novaes, no Lago Azul, zona Norte, lançou o “Grupo Terapêutico”, projeto que utiliza música e movimento como terapia humanizada da doença causada pelo novo coronavírus.
“Esse é o tipo de notícia que me enche de esperança e de forças, para lutar cada vez mais pelo nosso povo. Sempre passa pela minha cabeça e pelo meu coração, que visitei aquele lugar como uma grande obra que contribuiria para formar cidadãos conscientes e, agora, quando posso, vou lá e me deparo com um hospital, que não deixa nada a desejar a grandes hospitais da cidade, e que já recuperou quase 500 pessoas desse novo vírus, que provoca uma dura doença, mas que também pode ser combatida com solidariedade, leveza, companheirismo e música. Meus agradecimentos sinceros a todos os envolvidos em mais essa ação”, destaca o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
Criado por fisioterapeutas e psicólogos da unidade – administrada pela Prefeitura de Manaus, em parceria com o grupo Samel e o instituto Transire –, o “Grupo Terapêutico” está previsto para acontecer duas vezes na semana, com duração de uma hora e meia, reunindo pacientes selecionados após terem suas condições pulmonares avaliadas, que podem socializar durante este período em que o contato físico com familiares e amigos não é permitido.

Durante o primeiro encontro, que aconteceu na última semana, a música “O que é o que é”, do cantor e compositor Gonzaguinha, fez parte da trilha sonora da atividade. Segundo o coordenador do hospital, Ricardo Nicolau, existe uma preocupação de todos os parceiros, especialmente do prefeito Arthur Virgílio Neto – que acreditou no projeto, nas tecnologias e nos protocolos do grupo Samel, com apoio do instituto Transire – em promover um ambiente acolhedor para os que chegam à unidade em busca de tratamento contra a doença causada pelo novo coronavírus.
Metodologia
Para promover a segurança dos participantes durante a atividade e garantir o conforto dos envolvidos, a equipe da Fisioterapia avalia as condições pulmonares gerais dos pacientes e supervisiona os exercícios, executando ações corretivas pontuais. Os pacientes fazem uso da máscara facial e os profissionais de saúde acompanham a dinâmica – realizada em um espaço aberto da unidade – devidamente paramentados.
Um dos coordenadores da Fisioterapia no hospital, Moacir Carrion explica que, além de apreciarem as músicas, os pacientes podem expressar seus sentimentos a partir de atividades específicas organizadas pelos psicólogos e fisioterapeutas.
Psicólogo do hospital de campanha, Cláudio Ladys atua como um dos facilitadores do serviço, que utiliza dinâmicas de grupo associadas ao uso de músicas de caráter expressivo e lúdico. De acordo com ele, o serviço tem por objetivo atender às necessidades dos pacientes em novas formas de expressão.