História da Excitação Cerebral: a formação das Religiões (Por Max Diniz Cruzeiro)

O Hibridismo


No início a evolução da espécie em Homo Sapiens originou poucos exemplares da nova espécime que contava com um elo superior de inteligência que a permitia se mesclar com outros primatas mais primitivos e ainda sim encaminhar a herança genética evolutiva para os novos seres que surgissem de tais acasalamentos.
Fontes diferenciadas de energia e ingestão de alimentos formam os principais responsáveis pelo advento da geração do novo hominídeo.

Necessidade de sobrevivência

A percepção de que o mundo era completamente inóspito do ponto de vista evolutivo criou uma necessidade para adensamento das espécies pré-humanas existentes na grande pangeia. Onde oficialmente só se constata a presença hominídea a partir da era Cenozoica, no quaternário por volta de 65 milhões de anos.

Viver coletivamente era mais eficiente para a sobrevivência, uma vez que o grupo poderia se defender e fugir coletivamente.

O Grupo

Os agrupamentos eram formados por uma estrutura de comportamento que privilegiava os indivíduos que representassem maior resistência contra as forças e os perigos da natureza, de forma que uma visualização de aptidão, permitia os menos despreparados em se guiar no sentido de um aprendizado constante que a lei da sobrevivência permitia intuir o comportamento perfeito que elevava a uma maior expectativa de vida.

A Força

O diferencial dos indivíduos gerou o conceito de dominância em que a visualização de uma “força” descaracterizou o conceito inicial sobrepondo o ensinamento da sobrevivência.

Os mais fortes geralmente representados pelos bíceps mais desenvolvidos tornaram-se entre as espécimes uma identidade-conceito do que era mais apto para sobreviver.

Os hominídeos já evoluídos sobreviveram a muitas disputas em relação a necessidade de território e pela aquisição de alimentos, fazendo com que as populações mais atrasadas em termos de evolução fossem gradativamente extintas ou isoladas para as áreas menos privilegiadas.

O Conhecimento

Não demorou muito a era pela atração dos bíceps, ou seja da força, notar que nem sempre o comportamento dos mais fortes levava a “manada” para uma coexistência pacifica com outros agrupamentos, ou, a tecer relações que representassem uma sobrevida num mundo cada vez mais ofensivo.

Então, indivíduos que não conseguiam se desenvolver em termos de bíceps, buscaram na observação dos mais aptos um armazenamento seletivo que lhes permitiram o desenvolvimento da memória. E esta catalogação fora fundamental para criar núcleos de conhecimento que permitiam o grupo se orientar por uma decisão que não dependessem exclusivamente da figura do líder. Se caso equivocada levava todos do agrupamento para a morte.

A Sabedoria

Mas de nada adiantava acumular informações se o indivíduo não fosse capaz dentro da estrutura de poder de interagir no agrupamento. Assim, a observação do comportamento dos líderes, fez com que os indivíduos dotados de conhecimento passassem a utilizar o conhecimento que lhe permitisse assegurar sua individualidade e ao mesmo tempo explicitar seu conhecimento, e transmitir a informação sem parecer uma afronta para a figura do líder.

A Conexão

Então o hominídeo percebeu que coexistia com a natureza uma força que ele era capaz de explicar. E que parecia reger um universo de “constelações” em que as necessidades primárias eram supridas.

As Embaixadas

Assim os hominídeos dotados de Sabedoria se inclinaram para o avanço de um conhecimento que permitia fazer com que outros indivíduos do agrupamento os percebessem como estruturas representativas de tais forças que regiam e comandavam a natureza.

Nesta fase o agrupamento segmentado em três níveis de interação: líder, conselheiro e guia espiritual; foi o alicerce de configuração para uma infinidade de tribos de natureza nômade em que a figura do poder se tornou uma tríplice correlação de alianças entre os mais aptos segundo o tipo de especialidade que cada um se especializou em contribuir para a formação do agrupamento.

Em torno dos três níveis de expoentes criou-se uma hierarquia de comando, que em algumas tribos possuíam orientação de escala de importância, distintas, de acordo com os aprendizados e conceitos culturais de cada agrupamento.

As representações da força imaginária com a integração das culturas criou o conceito hegemônico de Deus.

E como os mais aptos tinham mais informações que todo o agrupamento, uma canalização de entendimento passou a fluir em direção dos indivíduos que representavam segurança no qual se vinculou um status visualizado na forma de privilégios que davam garantia para os orientadores de livre acesso aos benefícios em que os grupos passaram a conquistar durante o seu estágio de desenvolvimento material.

A representação, ou seja, embaixadas, passavam a orientar os clãs, como sendo representações vivas de Deus e uma necessidade de guiar as populações para serem fortalecidas na forma de mecanismos de expansão para nascimentos cada vez mais requeridos para que a hegemonia do grupo não fosse perdida.

As pessoas se tornavam cada vez mais gratas aos conselheiros que representassem a força de vida. E passaram cada vez mais a designar privilégios para tais seres considerados figuras divinas e a tornar suas necessidades cada vez mais realizadas do ponto de vista do agradecimento.

Mérito

À medida que as estruturas em torno dos líderes foram se tornando complexas uma necessidade de reorganização e redistribuição de papéis por parte das populações se tornou necessário uma vez que muitos desejavam ter o conhecimento suficiente para se tornarem também guias das populações que estavam em fase de fixação no solo.

Medidas de acesso foram geradas para conter os anseios dos mais afoitos, e fazer com que o equilíbrio social fosse mantido. Então dínamos de influência passaram a orientar cada vez mais os guias, que se tornaram mestres, e uma explosão de atividades segmentou cada vez mais inúmeros indivíduos, estágio que fora essencial para a geração do conceito de sociedade.

Gratidão

Os indivíduos passaram a se reunir em pequenos grupos, pois a comunicação não era possível para grandes adensamentos em uma única forma de expressão.

Com isto, os agrupamentos distribuíram papéis de disseminação das boas práticas na forma de sacerdotes (pelos guias espirituais), na forma de mensageiros (que transmitiam papeis dos líderes do segmento da força), e, na forma do curandeiro (visualizado na configuração originária do indivíduo mais apto na arte do conselho).

Então as pessoas quando passaram a perceber que os ensinamentos transmitidos pelos três níveis hierárquicos de conhecimentos geravam muita prosperidade e continuação da vida.

A Promessa

Os representantes do povo passaram a instruir os mais aptos e a reforçar que o entendimento trazia cada vez mais bem-estar e desenvolvimento para aqueles mais obedientes as leis e aos preceitos.

O Culto

Quanto mais as pessoas constatavam que seus objetivos pessoais eram atingidos e a vida ficava mais próspera, comeram a migrar o conceito na forma de uma gratidão e a construção de templos que tinham a intenção de homenagear os indivíduos transmissores das palavras que representavam as forças da natureza e a imagem de um Deus vivo e atuante que trazia as boas novas e a prosperidade para as populações.

A adoração

Níveis cada vez maiores de satisfação pela mensagem e pela palavra elevou o senso de gratidão para uma necessidade de louvor em que a adoração era percebida como um tributo infinito de doação por todas as revelações e boas práticas em que os indivíduos tinham presenciado e motivo de muita alegria para a elevação de conquistas e expectativas de vida.

O Templo

O Templo serviu para se criar uma estrutura de disseminação patriarcal capaz de zelar pelos conhecimentos acumulados por gerações úteis como entendimento de processos e estruturas de comportamento que permitissem a continuidade do desenvolvimento humano.

As Segmentações religiosas

Conforme a elevação da complexidade houve o surgimento de segmentações religiosas que detinham conhecimento parciais conforme os elos primitivos em que a migração dos conceitos permeou geração após geração as instituições como guardiões dos ensinamentos históricos.

A distorção do propósito inicial

O sentido real da formação das guias mestres do raciocínio passaram a tecer complexas teorias de dominação e extermínio, a dificuldade de catalogação e aspectos conflitantes de informações passaram a gestar desconfianças entre os agrupamentos, e uma acumulação desenfreada de práticas de agressão elevou o ódio e a tensão entre as instituições guardiãs do saber, da cultura, do entendimento e dos processos que levam a cristalização da Fé a das boas novas.

A desvirtuação do senso de UNIDADE (Deus)

No século XX se acentuou um processo progressivo de uma tentativa desenfreada de arrebanhamento. A fim de se manter grupos sob a influência de organizações. O sentido de unidade passou a ser pervertido para um conceito de afunilamento e tentativa de aniquilação e extermínios dos grupos que não representassem a percepção de uma “unidade” referencial do agrupamento que se acreditava ser o vínculo legítimo com as fontes criadoras, ainda na percepção de um Deus que por cultura ou convenção ser mono ou pluro conforme o tipo de entendimento cultural de um povo.

As disputas passaram a se vincular em termos de espaço e influência sobre a mente e a psique humanas. Sendo os problemas sociais geralmente sendo utilizados como pretexto para um maior arrebatamento de pessoas. Mas sendo observado que os conflitos e problemas sociais em vez de se tornarem restritos passaram a atingir equações imagináveis em que as tensões cada vez mais se proliferam sem de fato conduzir seres humanos para o sentido real de unidade.(Max Diniz Cruzeiro é Neurocirugião clínico

Artigo anteriorTRT bloqueia créditos de prestadoras de serviços para a Saúde
Próximo artigoAmazonense Sandra Ramos fatura mais um ouro no boxe olímpico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui