Hoje quero homenagear a minha querida cidade, evocando uma estrofe de um belo poema do imortal poeta parnasiano Casimiro de Abreu, que proclama:
Ok! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais.
No conteúdo saudoso desta estrofe coloco a minha infância, vivida na rua Manaus onde nasci, que segundo o grande historiador Itacoatiarense Francisco Gomes tinha o nome de rua da fumaça. Ali vivi dias difíceis de carências materiais, onde a pobreza era recebida com espírito de resignação e ânimo forte para enfrentar os desafios. E assim fui para Manaus com 12 anos de idade para voltar depois de ter a minha vida profissional resolvida, para ajudar a minha cidade e o seu povo, como o fiz, como advogado, professor universitário na UFAM, vereador em dois mandatos e prefeito em três dias.
Hoje com mais de 140 anos Itacoatiara está madura e precisa encontrar o caminho do crescimento e desenvolvimento social, para oferecer uma qualidade de vida melhor ao seu povo. Não temos tido sorte com alguns gestores municipais ao longo do tempo, e hoje somos a terceira cidade do interior, perdendo para Manacapuru e Parintins em diversos níveis de avaliação, enquanto no passado Itacoatiara era a primeira cidade do Amazonas depois da capital. Mas não devemos olhar para trás e sim trabalhar o presente para melhorar o futuro.
Com a minha maturidade hoje e não mais aquela criança da rua Manaus, sei o que é bom para a nossa cidade, com idéias que se coloquem na perspectiva de modernidade nas ações administrativas, excluindo-se ideias de gestão com prazo de validade vencido. Parabéns minha querida terra natal. Acredito num futuro de vida melhor para os seus filhos de nascimento e de coração. A ti dediquei a “a minha infância querida que os anos não trazem mais” como disse o poeta, e também a minha juventude e hoje a maturidade da minha vida, embora fisicamente afastado, mas espiritualmente presente.(Raimundo Silva é Advogado e Professor Universitário)
