

Após 15 horas de balsa pelos rios Oiapoque e Uaçá, a aldeia Kumenê (etnia Palikur), município de Oiapoque, no extremo Norte do Brasil, recebeu a primeira ação de saúde deste ano. Os atendimentos ocorreram nos dias 14, 15 e 16 deste mês, sob a coordenação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Secretaria Municipal de Saúde de Oiapoque (Semsa) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Foram realizados cerca de mil atendimentos, incluindo consulta médica, fisioterapia , odontologia, exames laboratoriais, lâminas de malária e dispensação de medicamentos, além do recadastramento do programa Bolsa Família.
O diretor do Hospital Estadual de Oiapoque, fisioterapeuta Diego Lima das Neves, que coordenou a ação, avaliou o trabalho como positivo. Para ele, a união das três esferas (municipal, estadual e federal) reforça a garantia de assistência médica às populações mais distantes, nesse caso, os povos da aldeia Kumenê, uma das mais afastadas da sede do município.
Segundo o diretor, devido a dificuldade de acesso e a distância, os índios Palikur enfrentam problemas para conseguir muita das vezes uma simples consulta médica, um exame ou até mesmo transferência de um paciente para a cidade de Oiapoque.
“Essa ação, além de aproximar mais o Poder Público das populações indígenas, lhes garante serviços que talvez levassem dias ou até meses para conseguir na cidade”.
Para o secretário municipal de Saúde de Oiapoque, odontólogo Oscar Moraes dos Santos Júnior, o fortalecimento da saúde só é possível com o apoio do Governo do Estado e do Governo Federal. Ele também considera a ação importante e defende que o atendimento do Serviço Único de Saúde (SUS) tem de chegar a todos, independente de etnia ou distância.
“A saúde e o cuidar bem dos nossos pacientes é a razão principal dessa nossa missão. Fazemos uma saúde sem fronteiras”.
O cacique da aldeia Kumenê, Azarias Iaparrá, considera ações de saúde desse tipo devem ocorrer pelo menos três vezes por ano. Ele aproveitou para agradecer ao governador Camilo Capiberibe pela iniciativa, ao diretor do Hospital de Oiapoque e ao secretário Municipal de Saúde. Iaparrá reforçou que, além dos serviços de saúde, o governo construiu diversas escolas nas aldeias indígenas de Oiapoque, com destaque para Kumenê, Potikete e Kamuywá.
A ação de saúde em Oiapoque contou com a participação de aproximadamente 40 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos e administrativos. Três médicos participaram da ação: a pediatra Mayara Silva e os cubanos Noel Dusac Támazio (clínico geral) e Miriam Luz silva Estrada (dermatologista).
A próxima atividade na região deverá ocorrer no mês de maio, na aldeia Kumarumã. Os serviços prestados foram: consulta médica (290), lâminas de malária (374), fisioterapia (8), odontologia (3), exames laboratoriais (188), dispensação de medicamentos (870) e recadastro do programa Bolsa Família (142).