
A culpa pela destruição e o terror ocorridos nesta sexta-feira (27) em Humaitá, no Sul do Amazonas, quando a população tocou fogo nas sedes do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMbio) foi exclusivamente culpa dos servidores e fiscais destes mesmos órgãos.
De acordo com moradores e dos dirigentes das Associações de extrativistas minerais (que formam a base da economia do município) nada disso teria ocorrido se não fosse a intolerância e a intransigência desses fiscais que junto com policiais da Força Nacional tocaram fogo em 37 balsas de garimpeiros na comunidade “Goiabal” na região do Rio Madeira.

“Não é a primeira vez que esse pessoal do Ibama e do ICMbio fazem isso. Os extrativistas já estavam cansados dessa intransigência e truculência, então a população formada por parentes dos extrativistas, só fez dá o troco”, afirmou o dirigente de uma das associações de extrativistas.

Segundo os extrativistas e garimpeiros, a situação era normal e tranquila mesmo com o Ibama, o ICMbio e a Marinha tendo feito a apreensão de balsas dentro da “operação Ouro Fino” que suspendia a extração mineral no Rio Madeira no dia anterior.
A situação da liberação das balsas, inclusive, estava sendo negociada entre os extrativistas e o prefeito de Humaitá, Herivaneo Seixas, e tudo estava tranquilo quando sem mais nem menos, os fiscais do Ibama e do ICMbio resolveram tocar fogo nas 37 balsas apreendidas.

Em represália, a população se revoltou e tocou fogo nas sedes do Ibama, do ICMbio, nas camionetes e veículos dos dois institutos.
Neste sábado (28), apesar da chegada do reforço policial, a situação continua tensa, mas se não houver um acordo para a liberação da atividade mineral no Rio Madeira, a situação pode piorar.