Igreja Católica ordena dois novos padres, neste sábado (31)

Carlos Eduardo(E) e Thiago Alves serão ordenados padres hoje/Foto:
Carlos Eduardo(D)) e Thiago Alves(E) serão ordenados padres hoje/Foto: Divulgação
Carlos Eduardo (E) e Thiago Alves (D) recebem a bênção na Missa/Foto:
Carlos Eduardo (D) e Thiago Alves (E) recebem a bênção na Missa/Foto: Divulgação

A Igreja Católica consagra hoje, sábado (31), dois novos padres diocesanos. Os diáconos manauenses Carlos Eduardo dos Santos, de 30 anos, e Thiago Santos Alves, de 27, receberão o Sacramento da Ordem Presbiterial, em cerimônia a ser presidida pelo arcebispo de Manaus Dom Sérgio Castriani, ás 18h00, na Catedral Metropolitina de Manaus.

A solenidade obedecerá a um ritual de celebração onde os dois novos candidatos irão reafirmar os votos de continuar os respectivos ministérios cristãos para os quais foram chamados. O ato solene acontecerá por etapas, mediante uma assembleia, paroquianos, familiares e amigos dos ordenandos.


O diácono Carlos Eduardo dos Santos falou , ontem (30), sobre emoções das horas que antecedem a reafirmação dos votos:”Nestas horas passa um flash dos sete anos de aprendizado”, conta, ao lembrar do dia em que comunicou aos pais a decisão de entrar para o seminário. “Disse a eles que queria fazer uma experiência, sabendo que poderia dá certo ou errado e arcar com as consequências. Quando a gente pensa em ser padre passa muita coisa na nossa cabeça. Se iria chegar aonde quero; se iria passar do primeiro ano, ficar pela metade ou chegar ao fim”, explica Carlos Eduardo.

O candidato observa que para chegar à condição de padre diocesano se enfrenta, no mínimo, sete anos de estudos que podem se prolongar até 10 anos. No caso dele, conseguiu conclui-los em sete.

Amadurecimento vocacional

De acordo com Carlos Eduardo Santos, a formação de sete anos é dividida em três etapas: vocacional, conhecimentos de filosofia e por último teologia. São etapas que, segundo ele, levam o candidato a amadurecimento vocacional e à reafirmação da caminhada. Além, claro, da orientação dos educadores, formadores psicólogos, padres e bispos. “Todos conversam conosco, estamos sempre sendo avaliados e temos a oportunidade também de dizer um sim ou um não à missão. ”

Neste processo, ele informa também que todos os candidatos são avaliados e que também a igreja pode rejeitar o pedido de ordenação que é feito por eles, candidatos, após formação.

Carlos explica que durante essa caminhada jamais teve dúvidas. Sempre percebeu a missão como felicidade , embora sendo ciente das dificuldades que existem. “Dificuldades temos muitas, a nível de caminhada, pelo cansaço e a sobrecarga dos estudos, explica, ao destacar que a família nunca foi um peso.

” Embora a gente tenha vontade às vezes de está perto de nossa família, nós a entregamos Deus. Quando tomamos a decisão de sair de casa a gente diz a Deus: “vamos cuidar dos teus e Tu cuidas dos meus. Fazemos essa troca, ciente de que nossa missão é a de evangelizar o mundo”, ensina.

Sobre o fato de serem padre jovens, num mundo de mídia e exigências relacionadas à questões de casamento, sexualidade, afetividade, Carlos Eduardo explica que com os estudos, em especial os da filosofia, muitas coisas neste sentido são desconstruidas.

“A filosofia nos ajuda a desconstruir muita coisa. Por isso, antes de estudar a Bíblia e a teologia, a filosofia nos dá todas as ferramentas para a gente perceber qual o sentido da vida; da felicidade do ser humano em sua existência. Por meio da antropologia do ser humano a gente é capaz dar uma resposta verdadeira .Questionamentos a gente pode até ter tido mas não ao ponto de desistir, de voltar atrás”, expõe.

Emoção dos pais

“Assim como ele se preparou para a carreira, ao longo desses anos a gente foi também se convencendo que realmente a decisão dele era um desígnio de Deus, uma vontade de Deus”, conta Raimundo Nonato Bentes dos Santos, 52, pai de Carlos Eduardo ao confessar que, realmente, a princípio foi difícil aceitar a decisão do filho.

” No momento em que ele disse que iria para o seminário, eu tomei um susto. Eu não aceitei porque a gente, de família humilde, sempre tem em mente que um filho possa vir a ser advogado, um médico; uma profissão que no futuro viesse a nos assegurar na velhice pelas dificuldades que sempre tivemos em criá-los,” explica ao observar entretanto que, com o passar dos anos, reconheceu que o filho havia nascido para essa missão. Carlos Eduardo é o segundo de três filhos do casal.

A esposa Maria de Fátima Castro dos Santos, 52, lembra que o apoio à decisão do filho foi ainda maior após o marido sonhar com Nossa Senhora. No sonho, segundo o pai , ele via um trem ocupado por jovens e prestes a cair em um abismo e a imagem de Nossa Senhora pedindo que precisava de pessoas que orientassem esses jovens.

Nonato e a esposa passaram então a acompanhar todas as fases da vocação do filho. E o pai reflete que ainda tem uma preocupação: a de que o filho saiba ter o domínio da palavra e saber usá-la , assim como o Senhor Deus nos ensina. “Espero que Deus dê a ele sabedoria para que seja uma fonte abundante de acolhimento espiritual”, fala o pai muito emocionado ao completar que seus dias tem sido o de rezar pelo filho.

Fátima Santos também lacrimeja e diz que nestas horas em que antecede a ordenação do filho bate uma ansiedade. “Parece que não estou em mim e ao mesmo tempo fico pensando, meu Deus até que enfim chegou o dia”.

Nesses anos todos os pais de Carlos Eduardo dizem que a relação deles é o de reconhecimento de entrega, de renúncia do filho para uma missão divina a um chamado de Deus.

“Para nós a relação dele conosco é de Padre. Ele nos visita, na realidade, diz emocionado, ao lembrar das palavras do bispo dom Sérgio Castriani na fase do Diaconato: “Quando Dom Sérgio falou “prometeis para mim e para os meus sucessores obediência …”, ali quando a gente estava vestindo ele, sentimos que já o estavámos entregando à missão de Deus. A gente deixa de ser os pais. O pai dele agora é o Bispo “, reflete Raimundo Nonato Santos ao comparar que a nova vida do filho é como se fosse um casamento, onde Carlos Eduardo é o noivo preste a se unir à noiva, a Igreja, a quem irá se dedicar inteiramente.

Primeira missa

Como diácono Carlos Eduardo vinha exercendo sua missão na Área Missionária Família de Nazaré, que congrega 12 comunidades. Lá deverá permanecer como padre e, após sua ordenação, sua primeira missa será celebrada às 08h00, deste domingo na Igreja de São José.

Muito Feliz

Em reportagem do informativo da arquidiocese de Manaus, deste mês, da repórter Lineize Leal, o diácono Thiago Santos Alves descreve sentir-se muito feliz por três motivos: por ser católico; por ser um futuro padre diocesano da igreja de Manaus e, terceiro, por ter muitos amigos e amigas que lhe ajudaram nesta caminhada e, de um modo especial, agradece ao Seminário São José.

Thiago lembra do seu aprendizado de infância na Paróquia de Santo Antônio e de ter sentido o chamado ao celibato após o falecimento de um amigo que tinha um sonho de ser padre redentorista, tendo esse sentimento se reforçado após uma reunião para a escolha de novos coordenadores. “Deus me chamou e, a partir dali, conheci os diocesanos e, percebi, com a graça de Deus e a ajuda dos irmãos que me tornaria um padre diocesano”, recorda.

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