
Enviado ao Amazonas para organizar a visita do candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva a Manaus, o mineiro Wagner Caetano, resolveu marcar o início do comício do candidato no escaldante horário de 15 horas, do dia 31, na Avenida das Torres, Zona Norte de Manaus, em plena quarta-feira de trânsito intenso.
Sem conhecer o clima escaldante neste horário do dia, o ‘mineiro’ se recusa a escutar a opinião de quem conhece a cidade e os efeitos de quem se arrisca a enfrentar o calor do horário. Neste dia a previsão é de 35º com sensação de 40°.
Wagner teima em manter o horário sem consultar a coordenação de campanha do candidato no Amazonas, desagrada a todos, o movimento sindical, apoiadores e centrais sindicais. Além de não querer que Lula fale com ninguém sem a sua autorização.

Trabalhadores reclamam do organizador da visita de Lula ao Amazonas – foto: recorte/recuperada
Imposição
Essa é mais uma imposição que os coordenadores de campanha do Lula no Estado terão de engolir. A primeira vez, este ano, foi ser obrigados a aceitar o candidato ao governo do Estado, Eduardo Braga (MDB), que não era do ‘agrado’ da militância e de membros da executiva, mas desceu à seco, depois que a direção nacional colocou o dedo em cima e, impôs o nome autoritariamente.
Desta vez, quem está dificultado a organização é o mineiro Wagner Caetano, que chegou a Manaus, teoricamente para organizar a agenda de conversas, reunir apoiadores e estabelecer uma linha direta de Lula com os trabalhadores, mas resolveu ignorar a militância e a todos no Estado.
Sem acordo
Wagner está se recusando a agendar reuniões com os trabalhadores ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM) e da Força Sindical. “É um desrespeito com os trabalhadores”, lamenta Vicente Fillizola, da Força.
Outro que vê o mineiro Wagner Caetano como prepotente, é o presidente da CUT, Valdemir Santana. Para ele, o correto era o Lula falar com todos, com trabalhadores, movimentos sociais, com militantes do PT e do partido Solidariedade.
“Mas ele (Wagner) não quer escutar ninguém e vai terminar colocando as pessoas em um caldeirão escaldante”, disse, referindo-se ao Sol escaldante do horário que o enviado do partido ao Amazonas escolheu para o comício do Lula.