
De hoje (7) até a próxima sexta-feira (11), acontece o Acampamento Terra Livre, em Brasília. O evento é considerado a maior assembleia das comunidades indígenas do Brasil.
Aproximadamente, o acampamento deve contar com 10 mil participantes, incluindo lideranças de nove países da bacia Amazônia. Entre os objetivos está a articulação de uma aliança internacional para a defesa dos interesses dos povos indígenas durante a COP 30, em Belém.
O Acampamento Terra Livre é a celebração da cultura e força dos povos originários, mas, acima de tudo, é luta, é pressão política. A 21ª edição da principal mobilização indígena do Brasil não é diferente, especialmente porque ainda ecoam vozes que colocam em xeque os processos, mesmo aqueles já concluídos, de demarcação das reservas.
Segundo Dineva Kayabi, membro da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, chamar os povos originários para esse tipo de discussão é, na verdade, uma tentativa de ceifar-lhes direitos constitucionais. “A todo momento nos chamam para um diálogo, para que a gente seja ouvido, mas eu sempre digo nas minhas falas que é impossível negociar os nossos direitos, é impossível ter essa mesa de reconciliação, porque não existe discutir uma coisa que já é direito desde 1988. Agora eles têm é que cumprir. Não é mais para ter esse diálogo”, disse.
Recentemente um acordo emergencial foi assinado para a aquisição de três mil hectares de terra no oeste do Paraná por Itaipu Binacional, a fim de alocar indígenas Avá-Guarani que ficaram à deriva depois que foram retirados de suas terras para a construção da hidrelétrica em 1973.