INPA 64 anos: Faltam homenagens e sobram perseguições

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)/Foto: Divulgação

No último dia 29 de outubro o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) completou 64 anos de criação. A data, porém, passou despercebida pela direção do principal instituto de biologia tropical do mundo.
Alheio ao fato de que boa parte do que se conhece hoje sobre os ambientes tropicais tenha sido gerado por meio de pesquisas realizadas pelo Instituto, criado no dia 29 de outubro de 1952, além dos estudos científicos do meio físico e das condições de vida da Região Amazônica que promovem o bem-estar humano e o desenvolvimento socioeconômico regional, a direção do INPA hoje tem como principal política os ataques e perseguições aos servidores que contribuíram na gestão do ex-diretor Adalberto Val.


A denúncia é feita pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (SINDSEP-AM) e pelo Comitê INPA pela Democracia. Segundo o SINDSEP, a falta de comprometimento da atual gestão é tão grande que até hoje o diretor Luiz Renato de França nunca se apresentou oficialmente para a comunidade do INPA, embora seu mandato tenha iniciado em 2014, se estendendo até 2018.

Pesquisas ameaçadas – Para os servidores da instituição de pesquisa, pouco há para ser comemorado nesses 64 anos, pois houve corte significativo de orçamento e a direção parece não se incomodar, aparentando uma normalidade inquietante. Na avaliação do SINDSEP e do Comitê INPA pela Democracia – entidades integradas por servidores e pesquisadores do instituto – o corte no orçamento vem duramente atingindo a pesquisa, a bolsa dos doutorandos e a própria funcionalidade do INPA.

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)/Foto: Divulgação
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)/Foto: Divulgação

Somente com energia, combustível, segurança e manutenção de limpeza são gastos 60% do orçamento. Com isso quase nada sobra para investir em pesquisas e conhecimentos.

Além da queda no orçamento do INPA, o SINDSEP desafia a uma discussão sobre a gestão do órgão. O objetivo é chamar a atenção dos servidores e da sociedade para a situação crítica em que se encontra a instituição, que como resultado da política de ajuste fiscal do Governo Federal sofre com a falta de recursos para pesquisas. Com os cortes no orçamento, algumas linhas de pesquisas, como por exemplo, ciências da saúde, correm o risco de parar por falta de pessoal, entre outras dificuldades.

Concurso público – A redução de orçamento por parte do Governo Federal repercute em novas contratações para substituir os profissionais que estão se aposentando. “O número de aposentadoria no INPA chega a 12% por ano. Com isso, o INPA em breve, a curto ou médio prazo, terá problemas de gestão pública, pois faltarão gestores públicos. Então é preciso que haja concurso público”, ressalta o Secretário Geral do Sindicato, Walter Matos.

Como se não bastasse, o Governo agora começa fazer a tal reforma estrutural no ministério. “Essa reforma é um desmanche inconcebível, um retrocesso à medida que deixa o CNPq, a Finep, a AEB e a CNEN subordinados a uma Coordenação Geral de Serviços Postais e de Governança e Acompanhamento de Empresas Estatais e Entidades Vinculadas. Essas instituições têm história, tamanho e missões que vão muito além de uma coordenação subordinada a uma diretoria. Lamentamos que iniciativas desse tipo evidenciem que ciência, tecnologia e inovação não são tidos como prioridades na estratégia política do atual governo”, opina a pesquisadora Sônia Alfaia, integrante do Comitê INPA pela Democracia.

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