
Verbas de mais de R$ 87 Milhões para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), distribuídas pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), foi usada por instituto ligado à Samsung da Amazônia para compra de um hotel em área nobre da cidade de Manaus. A denúncia está sendo feita por instituições trabalhistas do Estado.
O dono da proeza é o instituto SIDIA – Samsung Instituto de P&D da Amazônia Cintia, que pertence à Samsung da Amazônia. Com o dinheiro destinado ao desenvolvimento de pesquisa tecnológica, o Sidia comprou o Caesar Business Manaus por mais de R$ 87 Milhões com o argumento de que vai transformar o prédio em instituto para implementar soluções inovadoras para o mercado local e global por meio de atividades de pesquisa e desenvolvimento.

Ocorre que, a Lei de incentivo P&D tem como prerrogativa o incentivo em atividades de pesquisa e desenvolvimento a serem realizadas na Amazônia, conforme projeto elaborado pelas próprias empresas, com base em proposta de projeto a ser apresentada à Superintendência da Zona Franca de Manaus – Suframa.
Um dos institutos que mais vinham arrecadando verbas, com esse objetivo era a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), que hoje sofre inclusive, intervenção do Ministério Público do Amazonas com pedido de bloqueio de bens e em um eventual processo de falência.
Membros de instituições sindicais e associações de trabalhadores questionam o gasto exacerbado do Instituto ligado à Samsung, com fins não muito claros, sinalizando que esse dinheiro poderia ser investido nas instituições tecnológicas já existentes ou, utilizado para a instalação de uma universidade ou mesmo, para o desenvolvimento de aperfeiçoamento tecnológico e inovação de trabalhadores em inúmeros prédios desocupados, em todo o Estado.
A Samsung deveria investir na Fucapi, ou criar uma faculdade própria além e não comprar um hotel, que não é apropriado para o tipo de atividade que o Instituto se propõe. “Os incentivos fiscais à P&D foram instituídos para estimular investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, não para comprar prédios”, destaca um dirigente sindical que preferiu não se identificar.
Existe necessidades no Estado de investimentos em institutos como o Centro Estadual de Ensino Profissionalizante Fundação Matias Machline, que hoje tem 500 alunos mas com capacidade para 2 Mil alunos. E a Fucapi, que está praticamente falida.
Enquanto isso, a Samsung usa os recursos que poderiam ser destinados à ampliação da oferta em pesquisa, para comprar prédio que não está adaptado, sequer, para servir de sala de aula.
Comentário no Whatsapp
Em relação à compra do Hotel Caesar Business Manaus por mais de R$ 87 Milhões, pela Samsung da Amazônia:
“Na verdade, trabalhei muitos anos lá na Samsung e eles recebem centenas de engenheiros e técnicos coreanos , chineses e asiáticos de um modo geral, durante o ano todo. E acho que essa compra é pra reduzir os custos com hospedagens desse povo todo. Também tem aqueles coreanos que são transferidos da matriz pra cá e, geralmente, ficam 03 anos aqui e quem banca a estadia é a Samsung. Então a compra desse hotel foi muito estratégica ($$) pra eles!!”
(Foi pedido para não revelar o nome da fonte)