
Encerra hoje (12), na sede da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), um intercâmbio com o objetivo de promover o compartilhamento de experiências e conhecimentos sobre formação e capacitação em REDD+, mercado de carbono e salvaguardas socioambientais com representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais dos nove estados da Amazônia Legal.
O evento debate sobre o recorrente cenário de emergência climática e as iniciativas com o objetivo de combater os efeitos dessa crise, que conquistaram o protagonismo no debate sobre clima em uma esfera global. Países como China, México, África do Sul e Chile já adotaram mecanismos de precificação de carbono, visando o desenvolvimento de uma economia sustentável.
O Brasil, por mais que ainda não disponha de um mercado de carbono regulado, possui algumas estratégias em implementação, como a construção de sistemas jurisdicionais de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), que tem sido adotada pelos governos dos estados da Amazônia brasileira, na maior floresta tropical do mundo.
Para que essas ações tragam resultados efetivos, entretanto, é necessário o acompanhamento e ativa participação dos povos indígenas e comunidades tradicionais da região, garantido o respeito aos seus modos de vida, aspectos culturais e seus direitos territoriais.
O evento na FAS compõe o projeto “Destravando e Alavancando o Desenvolvimento de Baixas Emissões”, iniciativa coordenada pela instituição, junto de outras seis organizações não governamentais e dez organizações indígenas, indigenistas e extrativistas, que em parceria com a Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCFTF) no Brasil e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), oferece apoio técnico aos governos estaduais da Amazônia Legal para o acesso ao mercado voluntário de carbono por meio do padrão ART/TREES, padrão que garante de forma transparente o registro, verificação e emissão de créditos de carbono com integridade socioambiental, além da construção coletiva das salvaguardas socioambientais.
O segundo e último dia é voltado para a validação das metodologias a serem utilizadas nas capacitações para povos indígenas e povos e comunidades tradicionais no âmbito do projeto Janela B. Entre as instituições previstas para apresentação e compartilhamento de experiências estão a Comissão Pró Índio do Acre, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e o Conselho Nacional de Seringueiros (CNS).
No final do evento, espera-se alcançar um consenso sobre as principais atividades da formação e capacitação, o cronograma a ser seguido e a definição da participação dos membros do Comitê na mobilização de participantes dos eventos que sejam realizados.