Empresários portugueses dos setores de infraestrutura, logística e energias renováveis, estão observando o Amazonas para inclusão na rota da expansão de investimentos no Brasil. E, numa reunião com representantes do governo de Portugal, hoje, quarta-feira (19), o governador José Melo abriu negociações para a vinda de um grupo de empresários ao Estado nos próximos meses, com uma comitiva deve ser formada, ainda, por investidores de áreas ligadas à fruticultura e à piscicultura, segmentos de interesse estratégico para o governo amazonense.
As primeiras tratativas para a vinda da comitiva empresarial ao Amazonas foram discutidas durante encontro entre o governador José Melo, o secretário de Estado de Negócios Estrangeiros e Cooperações de Portugal, ministro Luis Campos Ferreira, e o embaixador português Francisco Ribeiro. Comitiva de técnicos da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), liderada pelo titular, da pasta Airton Claudino, também participou da reunião na sede do Governo, no bairro da Compensa II, zona oeste da capital.
Durante o encontro, José Melo falou das potencialidades econômicas do Estado e entregou um documento com as metas de desenvolvimento estabelecidas pelo governo para os próximos anos. O material, que é utilizado em apresentações de palestras do governador, fornece um mapa do mercado e das perspectivas socioeconômicas. Nele, José Melo reforça a proposta de incentivar novos polos da economia paralelamente à Zona Franca de Manaus. Entre eles, os polos naval, mineral, gás-químico, fármacos e biocosméticos, o turismo, a fruticultura e a piscicultura.
José Melo afirmou que o Governo do Amazonas vai apostar forte na piscicultura e na fruticultura como alternativas econômicas para o interior. Além de apoiar os produtores, a ideia é atrair o empresariado para multiplicar os investimentos. “O Estado vai dar total apoio ao setor. Temos quatro peixes com grande potencial, que são o pirarucu, o tambaqui, o matrinxã e o jaraqui. O Estado tem a tecnologia da alevinagem. Nossa ideia é incentivar a produção e industrializar, fechar o ciclo até o peixe enlatado”, frisou. O governo chinês já sinaliza interesse em investir na atividade, adianta José Melo.
Entre outras possibilidades para os portugueses, o Governo do Estado oferece os incentivos industriais da Zona Franca de Manaus e parcerias no campo da educação através da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). “A delegação portuguesa veio aqui para estreitar as relações. Um grupo de empresários portugueses virá ao Amazonas dentro da linha das nossas intenções de desenvolvimento: produção de proteína, fruticultura, polo naval. Os nossos técnicos da Seplan vão elencar as atividades em que eles pretendem investir”, disse José Melo.
Segundo o ministro Luis Campos Ferreira, a meta é aprofundar as relações econômicas com o Amazonas ainda este ano. O Estado é visto como um celeiro de oportunidades para os portugueses nas áreas de logística, infraestrutura e energias renováveis, disse. Este mês, um grupo de dez empresários do país estará em Belém prospectando negócios. “Queremos uma visita ao Amazonas o mais rápido possível”, frisou.
Para o ministro, o Estado oferece diversas oportunidades. Da geração de energias alternativas, passando pelo turismo, até as soluções logísticas. “Tem potencialidades fantásticas, riquezas naturais únicas e extraordinárias e, por isso, é um estado vibrante e muito promissor naquilo que pode construir em termos de riquezas e progressos sociais. Portugal quer está neste momento com o Amazonas. Temos valor para acrescentar, empresas que podem acrescentar nas áreas de energia, infraestrutura, mas também em outras áreas que o governador entender”, afirmou o ministro português.
FOTOS: JOEL ARTHUS/AGECOM