Jovens ribeirinhos da Amazônia lançam programa de rádio

Programação fará parte do 'Ligado no Mamirauá', rádio comunitária do Programa - Foto: Júlia de Freitas

Programa será produzido por estudantes do Centro Vocacional Tecnológico do Instituto Mamirauá e será transmitido na região do Médio Solimões, na Amazônia Central


A comunicação popular é uma das principais ferramentas utilizadas para a garantia de direitos e a organização de comunidades periféricas, rurais e de pequenos grupos. Como mais um instrumento para fortalecimento da gestão comunitária, os jovens ribeirinhos estudantes do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Instituto Mamirauá vão ter o seu próprio programa difundido mensalmente dentro do ‘Ligado no Mamirauá’, programa de rádio transmitido pela Rádio Rural de Tefé.

A ideia surgiu após uma oficina de comunicação ministrada aos alunos pelo radialista do programa Marco Lopes, entre os dias 17 e 19 de setembro. Nela, os estudantes aprenderam sobre produção de roteiro, programas de edição e diferente gêneros de rádio.

“Essa oficina foi muito importante e participativa porque essa turma tem uma curiosidade muito grande, além de facilidade”, avalia Marco.

O objetivo do programa é dar voz aos estudantes – daí vem o nome ‘A Voz do CVT’. A apresentação e produção dos episódios será realizada alternadamente por todos os alunos do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Instituto Mamirauá, organização social fomentada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Produção e apresentação será realizada pelos alunos – Foto: Júlia de Freitas

Comunicação comunitária

A comunicação popular, alternativa e comunitária se dá por mídia onde por vezes o emissor alterna papel com o receptor. Ou seja, o conteúdo veiculado é feito ‘de comunitário para comunitário’.

“A ideia é abrir espaço e mostrar que eles são os protagonistas. Dentro de uma ideia mais ampla, é fazer com que eles difundam as informações que eles acham importantes e pertinentes, que fortaleçam as organizações de suas comunidades. É a voz deles mesmo para as suas próprias comunidades”, explica o radialista.

Em uma chuva de ideias promovida pelo radialista, os jovens demonstraram interesse na realização de pautas que abordem as mais diferentes temáticas como esporte, meio ambiente, cultura, cidadania e notícias sobre a recém-criada Rede de Gestores do CVT.

No dia 26 de outubro, os alunos gravaram a primeira edição do programa. A pauta foi a história do CVT e os jovens entrevistaram o gestor do centro, Sandro Regatieri, e a diretora de Manejo e Desenvolvimento do Instituto Mamirauá, Dávila Côrrea.

No primeiro programa, o gestor do CVT, Sandro Regatieri, foi entrevistado – Foto: Júlia de Freitas

Programa ‘Ligado no Mamirauá’

Realizada pelo Instituto Mamirauá e com transmissão da Rádio Rural de Tefé, o programa ‘Ligado no Mamirauá’ tem alcance em 19 municípios da região do Médio Solimões, estado do Amazonas. A maior parte de sua audiência é de comunidades ribeirinhas da área.

O programa foi criado em 1993, dentro do então Projeto Mamirauá. Até o presente, o programa mantém a diretriz de ser uma ferramenta para fortalecer a gestão participativa, comunicando e trocando informações e experiências com os moradores das unidades de conservação do entorno, a exemplo das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã.

“Serve para fortalecer ações comunitárias e divulgar também algumas atividades do Instituto Mamirauá, no âmbito de comunicação popular e de educação ambiental, além de atuar como ferramenta de apoio à gestão dos recursos naturais. As informações que difundimos são muito valiosas para a vida ribeirinha”, define Marco.

Centro Vocacional Tecnológico

O Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Instituto Mamirauá oferece bolsas de estudo a jovens de comunidades ribeirinhas da região do Médio Solimões, na Amazônia Central, com o objetivo de oferecer aprendizado prático e teórico para a formação de lideranças e agentes participativos dentro de suas respectivas comunidades e associações.

O programa é possível graças à Fundação Gordon e Betty Moore e conta com o apoio da BrazilFoundation.

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