
A Justiça Federal dos EUA suspendeu nesta sexta-feira (23) a decisão do governo Trump que impedia a Universidade Harvard de manter estudantes estrangeiros matriculados. A medida havia sido anunciada como retaliação do Departamento de Segurança Interna (DHS) aos posicionamentos da universidade, e afetaria cerca de 7 mil alunos internacionais.
A juíza Allison Burroughs, indicada por Barack Obama, acatou uma queixa da própria Harvard e determinou a paralisação imediata da ordem governamental, que poderá ser revertida apenas se o governo recorrer. Audiências sobre o caso foram agendadas para a próxima semana.
A universidade argumentou que a medida teria “efeitos devastadores” sobre seu corpo estudantil. “Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard”, declarou a instituição, com quase quatro séculos de existência.
O DHS alegou que Harvard não forneceu documentos exigidos sobre estudantes estrangeiros. Além disso, acusou a universidade de adotar políticas racistas, manter um ambiente hostil para estudantes judeus e demonstrar simpatia ao Hamas — acusações que Harvard nega veementemente, classificando a ação como ilegal e inconstitucional.
Segundo o governo, alunos que não concluírem seus cursos até o fim deste semestre precisarão se transferir para outras instituições ou perderão seus vistos. Já os novos alunos, com início previsto para setembro, poderão ser impedidos de ingressar na universidade.
O DHS afirmou que Harvard poderá retomar o direito de receber estudantes internacionais se cumprir uma série de exigências em até 72 horas, incluindo o envio de registros disciplinares e gravações de protestos no campus. A universidade informou estar orientando os alunos afetados.
Fonte: g1/Mundo