
A paratleta Laiana Batista não precisava mais provar nada este ano. Em setembro, a amazonense já havia orgulhado todo o País com a conquista do bronze nas Paralimpíadas pelo vôlei sentado. Porém, para fechar 2016 em grande estilo, ela queria mais. E conseguiu. Neste final de semana, em São Paulo, ela conquistou a 1ª Liga Nacional Feminina de Paravôlei 2016, com a equipe do Sesi/SP, e retorna a Manaus na próxima quinta-feira, dia 22, para uma um justo período de férias. A paratleta recebeu o apoio do Governo do Amazonas, via Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel).
A equipe de Laiana disputou a final contra o ADP/GO e venceu após marcar 3 sets 0, com parciais de 25×7/ 25x 23/ 25×17. “O melhor de tudo é retornar do bronze das Paralimpíadas e ser acolhida por uma equipe tão grande como é o Sesi, que é onze vezes campeã de uma competição nacional. Então eu já estava me sentindo uma vitoriosa por isso e quando cheguei em São fui super bem recebida pelo time, com muito carinho, foi muito legal”, disse.
Laiana participou da competição nacional como titular, a convite da comissão técnica do Sesi/SP. Os planos, agora, é de descansar nos próximos meses e recarregar as baterias para a temporada 2017, que promete muitas ‘pontes aéreas Manaus – São Paulo’. Além disso, a missão da paratleta para o novo ano será continuar na seleção canarinho e ir construindo um caminho sólido até as próximas paralimpíadas.

“A minha comissão técnica do Sesi, Ronaldo Oliveira e o professor Célio, disseram que estavam confiando em mim e que eu iria ser a titular da equipe, e eu fiquei muito honrada, feliz ao extremo mesmo. Fui lá e não decepcionei, graças a Deus. Agora, chegando em Manaus, o momento será de férias. Retorno dia 6 de fevereiro e dia 15 venho para o Sesi treinar. Vou começar um novo ciclo, de campeonatos nacionais, internacionais e a busca sempre é por melhores resultados. Mas uma coisa é certeza, eu vou continuar a minha missão de me manter na seleção Brasileira e é cedo para falar de Tokyo 2020, mas estarei empenhada sempre”, destacou.
História
Laiana é uma das poucas da Seleção Brasileira que tem experiência em atuar no desporto e paradesporto. Isso porque, ainda sem o comprometimento do membro inferior, ela iniciou no vôlei aos 14 anos e quatro anos mais tarde já fazia parte da seleção amazonense. Aos 18, porém, a carreira foi interrompida quando foi diagnosticada com dengue hemorrágica e, na sequência, sofreu com Síndrome de Guillain-Barré.
A doença causou uma sequela na perna direita e depois um período de revolta e muito sofrimento, Laiana foi morar com a Chefe de Departamento da Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), Lilian Valente, que convenceu a jovem a abandonar o curso técnico em enfermagem e ingressar na faculdade de Educação Física.
Depois de formada, Laiana passou a trabalhar com pessoas com deficiência (PCDs), primeiro na Secretaria Municipal de Esportes de Manaus, e depois na Secretaria de Estado dos Direitos de Pessoas com Deficiência (Seped), por meio do projeto Viver Melhor – Atividades Motoras, até chegar ao Colégio da Policia Militar.
“Após algum tempo atuando como professora, fui surpreendida com o convite do presidente da Associação Brasileiro de Vôlei Sentado (ABVP), Amauri Ribeiro, para fazer um teste para a seleção brasileira de vôlei, depois dele me observar num evento esportivo. Me destaquei e muitas portas se abriram”, lembrou a paratleta.
Somando dois anos na seleção brasileira e títulos importantes, como o Mundial da Holanda e o Parapan-Americano de Toronto 2015, no Canadá, quando faturou medalha de prata, Laiana também é dona de uma medalha de bronze pelas paralimpíadas e de ouro pela 1ª Liga Nacional Feminina de Paravôlei 2016.