Lava Jato: PF mira concessão de rodovias federais no Paraná

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A Polícia Federal iniciou nesta quarta-feira (26) a Operação Integração II, que corresponde à 55ª fase da Operação Lava Jato. A investigação mira suposta corrupção na concessão de rodovias federais no Estado do Paraná, que fazem parte do chamado Anel da Integração.


Ao todo, os agentes federais cumprem 92 mandados, sendo 73 de busca e apreensão e 19 de prisão — três preventivos e 16 temporários. Os mandados são cumpridos nos Estados de Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

O empresário Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador Beto Richa (PSDB), é um dos alvos da operação, com um mandado de prisão temporária. O R7procurou a defesa de Antoun, mas não conseguiu contato.

Cerca de 400 policiais federais, auditores da Receita e membros do MPF (Ministério Público Federal) participam da ação.

A operação desta quarta-feira nasceu de informações fornecidas por acordos de colaboração premiada. Na primeira fase da Operação Integração, foi possível identificar a existências de núcleos específicos e organizados que atuavam de forma criminosa para explorar e obter benefícios indevidos a partir dos contratos de concessão de rodovias federais no Paraná.

Os alvos das medidas são as seis concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná: Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná, além de intermediadores e agentes públicos corrompidos beneficiários de propina.

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A PF informou que existiam vários núcleos no esquema. O político era composto por altas autoridades do governo paranaense, que agiam praticando atos de ofício em benefício das concessionárias e realizando influência política junto aos órgãos técnicos.

Já o núcleo técnico era composto por agentes públicos com estreita ligação com as empresas contratadas e era responsável pelos aditivos contratuais fraudulentos. Esse núcleo criava planilhas para criar um suposto desequilíbrio econômico-financeiro em favor das concessionárias, assim como fiscalizavam as obras para poder obter ainda mais benefícios financeiros (propina).

Por fim, o núcleo empresarial era composto por funcionários, diretores e presidentes das concessionárias que se organizavam para ratear o pagamento de propina, propor aditivos com base em desequilíbrio econômico-financeiro fraudulento, cobrar ajustes do governo, o andamento ágil dos pareceres técnicos e a contratação dos aditivos.

Também criava contratos de prestação de serviço fictícios com empresas — algumas indicadas pelo próprio governo — para produção de dinheiro em espécie para ocultar o pagamento da propina, inclusive com depósitos em empresas que mantinham vínculos com agentes públicos) e de operadores financeiros (composto por pessoas ligadas aos empresários, tanto das concessionárias quanto das contratadas para prestação de serviço. Agiam para movimentar os valores em espécie, realizar depósitos e entregas de dinheiro).

Os suspeitos vão responder por corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e associação criminosa, dentre outros.

Todos os presos serão levados à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR, onde permanecerão à disposição do Juízo da 23ª Vara Federal de Curitiba (PR).

Por meio de nota, a CCR informou a respeito da Rodonorte: ” que tem contribuído com as autoridades no sentido de esclarecer todos os pontos pertinentes à questão em curso e permanece à disposição para quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários”.

E destacou: “Em fevereiro último, quando surgiram denúncias envolvendo o Grupo CCR, o Conselho de Administração da companhia imediatamente constituiu um Comitê Independente para conduzir investigação de todos os fatos relacionados. Os trabalhos do Comitê Independente estão adiantados e, assim que concluídos, seus resultados serão reportados ao Conselho de Administração e autoridades.”

Fonte: R7

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