Lideranças do Médio Solimões visitam autoridades em Manaus

Grupo irá alertar autoridades de necessidades de melhorias nas comunidades (Foto: Júlia Ávila)

A comitiva chega no dia 7 em Manaus para apresentar a situação vivida hoje nas reservas e pedir a implementação de políticas públicas que melhorem a qualidade de vida de seus moradores.


Saúde, educação e fiscalização. Essas são as três principais reivindicações do grupo de agentes ambientais voluntários, moradores de unidades de conservação do interior do estado, que visitarão a capital do Amazonas para uma série de reuniões com autoridades de instituições estaduais e federais entre os dias 7 e 13 de abril. A viagem será possível graças a uma parceria entre a Associação dos Agentes Ambientais das Reservas Mamirauá e Amanã e o Instituto Mamirauá.

Entre as diversas reuniões a serem realizadas em Manaus, a comitiva será recebida na Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Carlinhos Bessa e pela Presidente da Comissão Estadual de Meio Ambiente, a deputada Joana D’Arc; na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA-AM) pelo secretário Eduardo Taveira; no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) pelo Diretor-Presidente Juliano Marcos Valente; na sede da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) de Manaus, pelo coordenador Francisco de Souza Castro e na Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC), pelo Secretário Luiz Castro.

Agentes são formadores de lideranças e educadores ambientais (Foto: Amanda Lelis)

Nos últimos dois anos, um pequeno grupo de agentes foi à capital para realizar as reuniões. As primeiras visitas trouxeram reconhecimento para a associação, que foi homenageada na Assembleia Legislativa durante a Semana do Meio Ambiente de 2017. “As autoridades do estado já sabem que a associação existe.”, afirma Hudson Araújo, técnico do Programa de Gestão Comunitária do Instituto Mamirauá.

A intenção da visita deste ano é alertar as autoridades da necessidade de melhorias nas condições de saúde pública e da educação básica nas comunidades das reservas, que ainda sofrem com o isolamento geográfico e a escassa presença do Estado.

Outra demanda dos agentes é por mais fiscalização nas unidades de conservação. Os agentes ambientais voluntários não possuem o poder de fiscalização, mas são responsáveis por acionar as autoridades competentes no caso de infrações ambientais. A comitiva quer ainda propor parcerias com as secretarias municipais de meio ambiente.

No grupo que irá a Manaus, há AAVs representantes da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã e da Reserva Extrativista Catuá-Ipixuna.

Grupo conta com 65 associados (Foto: Júlia Ávila)

Os Agentes Ambientais Voluntários

Apenas as reservas Amanã e Mamirauá somam juntas uma área de mais de 3 milhões de hectares. Segundo Húdson Araújo, os agentes trabalham em quatro frentes diferentes dentro dessa área: “São formadores de lideranças, educadores ambientais, mediadores de conflitos e multiplicadores sociais”.

Os AAVs promovem ações de educação ambiental junto aos moradores das reservas com o objetivo de proteger o patrimônio que é deles e de todos os brasileiros. “Eles têm feito um trabalho muito bom. Na última capacitação que fizemos, tivemos um público de 73 pessoas. Os que se formam AAVs são credenciados por 2 anos pela SEMA-AM, o que permite que eles atuem por todo o estado”, complementa o técnico.

O Instituto Mamirauá, uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), oferece capacitações para formar novos agentes ambientais desde 2014, por meio do Projeto Mamirauá: conservação e uso sustentável da biodiversidade em unidades de conservação (BioREC). O projeto utiliza recursos do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Atualmente, a Associação dos Agentes Ambientais das Reservas Mamirauá e Amanã tem 65 agentes associados. “Eles estão indo atrás de recursos para trabalhar. Para fortalecer a associação”, explica Húdson.

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