
O governo de Jair Bolsonaro (PL) e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está usando como pretexto a guerra na Ucrânia para acelerar a votação do projeto que libera mineração em terras indígenas, além de pressionar a aprovação dos projetos que tratam de combustíveis.
Na semana passada, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), começou a coletar assinaturas para o requerimento de urgência. Lira testou apoio ao projeto nesta terça-feira (8), mas não teve dificuldade em emplacar a ideia entre aliados, segundo deputados ouvidos pela reportagem.

Mesmo na oposição, que também deve ser ouvida pelo presidente da Câmara, a avaliação é de que há pouca possibilidade de o texto ser barrado. Seriam uns 150 votos contrários, e o projeto precisa do apoio apenas da maioria dos presentes no plenário.
O texto é apoiado pela base do presidente Jair e pela bancada do agronegócio, que argumenta que o maior prejuízo ambiental é a exploração ilegal das reservas, como já ocorreria hoje.
A guerra na Ucrânia e a possível escassez de fertilizantes se somou às justificativas usadas para votar o projeto.
O texto prevê mudanças radicais em relação ao que se pratica há quase 50 anos no país. A proposta altera o Estatuto do Índio, uma lei vigente desde 1973.
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