Lula aponta insuficiência das metas do Acordo de Paris e cobra ação de países ricos

Foto: Recorte

No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quarta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve argumentar que a meta estabelecida pelo Acordo de Paris, que visa manter o aquecimento global entre 1,5ºC e 2ºC, é “insuficiente”. Lula também deve reforçar a necessidade de transferência de recursos dos países ricos para os países em desenvolvimento, com o objetivo de alcançar as metas climáticas acordadas.


“A meta do Acordo de Paris, de manter o aquecimento global entre um grau e meio e dois, já é insuficiente. Esse é uma mensagem que vamos reforçar no Dia Mundial do Meio Ambiente. Precisaremos de renovada ambição para o anúncio das novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) na COP 30, em Belém. O Brasil vai liderar pelo exemplo. Apresentaremos contribuições robustas. Nosso compromisso em zerar o desmatamento da Amazônia até 2030 está sendo cumprido”, afirmou Lula recentemente.

No entanto, ele destacou que muitos países do Sul Global não terão condições de assumir metas ambiciosas sem financiamento e transferência de tecnologia. “Países em desenvolvimento vão precisar de 4 a 6 trilhões de dólares ao ano para seus esforços de adaptação. Esse é um tema que teremos que enfrentar já na COP de Baku. Captar mais recursos, contudo, não será suficiente se eles não forem acessíveis”, completou o presidente.

O Compromisso do Brasil com o Acordo de Paris

Em 2015, 195 países assinaram o Acordo de Paris, comprometendo-se a manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2ºC em comparação com os níveis pré-revolução industrial. Como parte do acordo, o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões em 37% até 2025 e a atingir uma redução de 43% até 2030, com base nos níveis de 2005. Para cumprir essas metas, o Brasil se propôs a zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, recuperar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas e aumentar a participação de fontes renováveis na matriz energética.

Avanços no Combate ao Desmatamento

O primeiro bimestre de 2024 registrou o menor índice de desmatamento da Amazônia em seis anos, conforme dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Nos dois primeiros meses do ano, a Amazônia perdeu 196 km² de florestas, o menor patamar para o período desde 2019. Em comparação com janeiro e fevereiro de 2023, quando foram derrubados 523 km² de floresta, houve uma diminuição de 63%.

O Maranhão foi o único estado a apresentar aumento na taxa de desmatamento. Os outros oito estados da Amazônia Legal registraram quedas expressivas, com Amapá, Tocantins e Acre alcançando uma redução de 100% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O Mato Grosso foi o estado que mais contribuiu para o desmatamento, representando 32% do total, seguido por Roraima com 30%, e Amazonas com 16%.

Iniciativas do Governo para Reduzir o Desmatamento

Lula lançou o programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia, que receberá R$ 730 milhões do Fundo Amazônia e do Floresta+. Até o momento, 53 dos 70 municípios prioritários aderiram ao programa, que visa implementar escritórios de governança e criar brigadas municipais de prevenção e combate a incêndios florestais. A expectativa é beneficiar 30 mil famílias com pagamentos por serviços ambientais e ações de assistência.

Fonte: R7

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